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O que é Doenças Do Algodão

As doenças do algodão compreendem um conjunto de patologias causadas por fungos, bactérias, vírus e nematoides que afetam o desenvolvimento, a produtividade e a qualidade da fibra do algodoeiro (Gossypium hirsutum). No contexto do agronegócio brasileiro, o manejo fitossanitário é um dos pilares fundamentais para a rentabilidade da cultura, especialmente com a migração e consolidação das lavouras na região do Cerrado (Centro-Oeste), onde as condições climáticas de alta umidade e temperaturas elevadas favorecem a proliferação de patógenos durante grande parte do ciclo produtivo.

Historicamente, algumas doenças eram consideradas secundárias ou de fim de ciclo. No entanto, a intensificação dos sistemas de produção, o monocultivo e a permanência de inóculos no solo ou em restos culturais alteraram essa dinâmica. Atualmente, doenças como a Mancha de Ramulária (Ramularia areola) podem ocorrer durante todo o ciclo da planta, exigindo monitoramento constante desde a emergência até a colheita. Além da perda direta de volume produzido, a incidência severa de doenças compromete a qualidade intrínseca da pluma, afetando características como resistência e comprimento da fibra, o que impacta o valor de mercado do produto final.

O controle dessas enfermidades não se baseia em uma única tática, mas sim no Manejo Integrado de Doenças (MID). Isso envolve o entendimento da interação entre o patógeno, o hospedeiro (a planta de algodão) e o ambiente — o chamado Triângulo da Doença. A identificação correta dos sintomas, diferenciando, por exemplo, uma mela (Rhizoctonia solani) de um tombamento comum ou de uma bacteriose, é crucial para a tomada de decisão assertiva e para evitar custos desnecessários com aplicações ineficientes.

Principais Características

  • Predominância Fúngica: A maior parte das doenças economicamente impactantes no Brasil é de origem fúngica, destacando-se a Ramulária (considerada o principal desafio fitossanitário atual), a Murcha de Fusarium e a Mela do Algodoeiro.

  • Dependência Climática: A severidade das infecções está diretamente ligada a fatores ambientais, especificamente a combinação de alta umidade relativa do ar (acima de 80%), chuvas frequentes e temperaturas médias entre 25°C e 30°C, condições típicas da safra no Centro-Oeste.

  • Sobrevivência em Restos Culturais: Muitos patógenos, como a bactéria da Mancha Angular e o fungo da Ramulária, possuem estruturas de resistência que sobrevivem em restos de cultura e plantas voluntárias (tiguera), servindo de inóculo para a safra seguinte.

  • Sintomatologia Variada: Os sintomas variam desde lesões foliares angulares e necróticas (Ramulária e Mancha Angular) até o apodrecimento de sementes e tombamento de plântulas (Damping-off e Mela), podendo causar desfolha severa e comprometimento das maçãs.

  • Progressão pelo Baixeiro: Muitas doenças foliares, como a Ramulária, iniciam-se nas folhas mais velhas da parte inferior da planta (baixeiro), onde se forma um microclima úmido, exigindo atenção redobrada no monitoramento dessa região.

Importante Saber

  • Monitoramento do Baixeiro: A vistoria da lavoura deve priorizar a inspeção das folhas do terço inferior da planta, pois é onde os primeiros sintomas de doenças como a Ramulária costumam aparecer antes de evoluírem para o topo, permitindo um controle químico mais eficaz se detectado precocemente.

  • Manejo da Tiguera: A eliminação rigorosa de plantas voluntárias (algodão tiguera) e a destruição de restos culturais (soqueira) são obrigatórias para quebrar o ciclo dos patógenos e reduzir a pressão de doença para a safra subsequente.

  • Uso de Sementes Certificadas: Doenças como a Mancha Angular e a Mela podem ser introduzidas ou agravadas por sementes de baixa qualidade ou infectadas; o uso de sementes certificadas, deslintadas e tratadas com fungicidas é a primeira barreira de defesa.

  • Rotação de Culturas: A prática de monocultivo (algodão sobre algodão) favorece o acúmulo de patógenos de solo, como Rhizoctonia e Fusarium; a rotação com gramíneas é essencial para reduzir o inóculo no solo.

  • Identificação Correta: É fundamental distinguir sintomas visuais semelhantes; por exemplo, a Mela causa encharcamento (anasarca) nos cotilédones e folhas, enquanto o Tombamento ataca a região do colo e raízes, exigindo estratégias de manejo distintas.

  • Resistência Varietal: A escolha da cultivar é uma ferramenta estratégica; sempre que possível, deve-se optar por materiais genéticos que apresentem resistência ou tolerância às principais doenças incidentes na região de plantio.

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