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O que é Doenças Do Café

As “Doenças do Café” englobam o conjunto de patologias causadas por agentes bióticos — principalmente fungos, bactérias e nematoides — que afetam o desenvolvimento fisiológico, a longevidade e a capacidade produtiva dos cafeeiros. No contexto do agronegócio brasileiro, onde o país figura como maior produtor e exportador mundial, o manejo fitossanitário é um pilar essencial para a rentabilidade da lavoura. Estas enfermidades podem atacar diferentes estruturas da planta, desde o sistema radicular e o caule até as folhas, flores e frutos, resultando em perdas quantitativas e qualitativas na colheita se não forem controladas adequadamente.

A ocorrência e a severidade dessas doenças são regidas pelo conceito do “triângulo da doença”, que depende da interação simultânea entre três fatores: um ambiente favorável (temperatura, umidade, altitude e ventos), um hospedeiro suscetível (a planta de café e seu estado nutricional) e a presença do patógeno. O controle eficiente exige que o produtor e o agrônomo atuem sobre esses fatores, utilizando estratégias que vão desde a escolha de variedades resistentes e espaçamento adequado até o monitoramento constante para a aplicação precisa de defensivos agrícolas, visando manter a incidência abaixo do nível de dano econômico.

Principais Características

  • Diversidade de Agentes Causadores: As doenças podem ter origem fúngica, como a Ferrugem (Hemileia vastatrix), a Cercosporiose e a Fusariose, ou bacteriana, como a Mancha Aureolada (Pseudomonas syringae), exigindo diagnósticos laboratoriais ou visuais precisos.

  • Sintomatologia Específica: Cada doença apresenta sinais visuais distintos, como halos amarelados (Mancha Aureolada e Cercosporiose), pústulas alaranjadas (Ferrugem), necrose de bordas, seca de ponteiros ou escurecimento vascular interno (Fusariose).

  • Dependência Climática: A maioria dos patógenos prospera em condições específicas; por exemplo, a Ferrugem prefere alta umidade e temperaturas amenas (20°C a 24°C), enquanto a Mancha de Phoma é favorecida por ventos frios e altitudes elevadas.

  • Portas de Entrada: Muitas infecções, especialmente as vasculares como a Fusariose, aproveitam-se de ferimentos causados por podas, colheita mecânica ou ferramentas não desinfetadas para penetrar na planta.

  • Impacto Sistêmico: Além de danos diretos nas folhas (reduzindo a fotossíntese) e frutos, algumas doenças causam a obstrução dos vasos condutores de seiva, levando à murcha, paralisação do crescimento e morte da planta.

Importante Saber

  • Diagnóstico Diferencial é Crucial: Sintomas visuais podem ser muito semelhantes; por exemplo, a Mancha Aureolada (bacteriana) e a Cercosporiose (fúngica) apresentam halos amarelos, mas diferem no ataque aos ramos e na coloração do centro da lesão, exigindo tratamentos distintos.

  • Prevenção como Melhor Remédio: Para doenças como a Fusariose, não existem fungicidas registrados para controle curativo eficiente, tornando obrigatória a prevenção através da desinfestação de ferramentas e cuidado com ferimentos no tronco.

  • Monitoramento Constante: A tomada de decisão para aplicação de defensivos deve basear-se em amostragem técnica (ex: coleta de folhas no terço médio para Ferrugem) para determinar se a infecção atingiu o nível de controle.

  • Manejo Cultural Integrado: Práticas como nutrição equilibrada, controle de plantas daninhas, espaçamento correto e uso de variedades geneticamente resistentes são fundamentais para reduzir a pressão das doenças antes mesmo do uso de químicos.

  • Atenção à Idade da Lavoura: Algumas doenças, como a Fusariose, tendem a ser mais incidentes em lavouras mais velhas (acima de 10 anos) ou que passaram por podas drásticas de renovação (recepa ou decote).

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