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O que é Doenças Do Trigo

As doenças do trigo englobam um complexo de patologias bióticas causadas por fungos, vírus e bactérias que afetam a cultura do Triticum aestivum L. em seus diversos estádios fenológicos. No cenário agrícola brasileiro, essas enfermidades representam um dos principais fatores limitantes para a produtividade e a qualidade industrial dos grãos. Devido à diversidade climática do Brasil, onde o cultivo ocorre desde regiões temperadas no Sul até áreas de Cerrado no Centro-Oeste, a pressão de doenças varia significativamente, exigindo estratégias de manejo regionalizadas.

A ocorrência e a severidade dessas doenças estão intimamente ligadas ao triângulo da doença: a presença do patógeno, um hospedeiro suscetível e condições ambientais favoráveis. No Brasil, a alta umidade e as temperaturas amenas a quentes durante o inverno favorecem a proliferação de fungos necrotróficos e biotróficos. As perdas podem ser quantitativas, reduzindo o número de espigas e o peso dos grãos, ou qualitativas, afetando o Peso do Hectolitro (PH) e a sanidade da farinha, o que impacta diretamente a comercialização e a rentabilidade do produtor.

O manejo dessas enfermidades não se resume apenas à aplicação de defensivos químicos. Ele envolve um entendimento profundo da epidemiologia de cada doença, desde aquelas transmitidas via semente e solo, como podridões radiculares e mosaico, até as doenças foliares e de espiga, como ferrugens, manchas, giberela e brusone. O controle efetivo demanda a integração de práticas culturais, uso de cultivares resistentes, tratamento de sementes e monitoramento constante da lavoura para a tomada de decisão assertiva.

Principais Características

  • Diversidade de Agentes Causais: A cultura é atacada por uma ampla gama de patógenos, sendo os fungos os mais prevalentes (causadores de manchas, ferrugens, oídio, giberela e brusone), seguidos por vírus (como o do nanismo amarelo e mosaico comum) e bactérias.

  • Dependência Climática Específica: Cada doença possui condições ideais para desenvolvimento; por exemplo, a Giberela é favorecida por alta umidade e temperaturas amenas durante o florescimento, enquanto a Brusone prospera em temperaturas mais elevadas (acima de 20°C) típicas do Brasil Central.

  • Transmissão e Sobrevivência: Muitos patógenos, especialmente os causadores de manchas foliares e podridões, sobrevivem na palhada (restos culturais) ou são transmitidos via sementes infectadas, servindo como inóculo inicial para a safra seguinte.

  • Vetores de Viroses: As doenças virais no trigo frequentemente dependem de vetores para sua disseminação, como os pulgões que transmitem o vírus do Nanismo Amarelo da Cevada (BYDV) ou protozoários do solo que transmitem o Mosaico Comum.

  • Sintomatologia Variada: Os sintomas podem se manifestar em toda a planta, incluindo podridão de raízes, lesões necróticas nas folhas (reduzindo a área fotossintética), estrias cloróticas e o branqueamento total ou parcial das espigas.

Importante Saber

  • Diagnóstico Diferencial é Crítico: Doenças como a Brusone e a Giberela causam o branqueamento da espiga, mas exigem manejos distintos. A Brusone causa branqueamento contínuo a partir do ponto de infecção, enquanto a Giberela pode apresentar espiguetas brancas intercaladas com verdes.

  • Papel do Tratamento de Sementes (TS): O TS é fundamental para proteger a plântula nos estágios iniciais, garantindo o estande da lavoura e controlando patógenos que são transportados pela semente ou que estão presentes no solo.

  • Rotação de Culturas: A monocultura de trigo ou a sucessão com outras gramíneas de inverno (como cevada e triticale) aumenta drasticamente o inóculo de fungos necrotróficos na área. A rotação com culturas não hospedeiras é essencial para quebrar o ciclo das doenças.

  • Momento da Aplicação de Fungicidas: A eficácia do controle químico depende do momento correto da aplicação. Aplicações preventivas ou nos primeiros sintomas são geralmente mais eficazes do que aplicações curativas, especialmente para doenças agressivas como a ferrugem e a mancha-amarela.

  • Resistência Genética: A escolha da cultivar é a primeira linha de defesa. Existem materiais com diferentes níveis de resistência a doenças específicas, e essa escolha deve ser alinhada com o histórico sanitário da região e a época de semeadura.

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