O que é Doencas Milho

As doenças do milho englobam um complexo de patologias causadas por fungos, bactérias, vírus e molicutes que afetam o desenvolvimento fisiológico da planta, comprometendo desde o sistema radicular e colmo até a área foliar e o enchimento de grãos. No contexto do agronegócio brasileiro, a incidência dessas enfermidades tem se intensificado devido ao sistema de produção intensivo, como a sucessão soja-milho e o cultivo da “safrinha”, que mantêm uma “ponte verde” para patógenos e vetores durante a maior parte do ano.

O impacto econômico é severo, sendo que doenças fúngicas e bacterianas podem causar perdas médias significativas na produção nacional. Doenças específicas, como a Ferrugem Polissora, possuem potencial para reduzir a produtividade em mais de 60% se não manejadas corretamente, enquanto o complexo de enfezamentos (transmitido pela cigarrinha) gera prejuízos bilionários anuais. O manejo dessas doenças exige uma abordagem técnica rigorosa, pois erros no diagnóstico visual são comuns e podem levar ao uso ineficiente de defensivos, aumento dos custos de produção e aceleração da resistência dos patógenos aos fungicidas disponíveis.

Principais Características

  • Dependência Climática: A severidade da infecção está diretamente ligada ao “Triângulo da Doença”, exigindo a interação simultânea entre hospedeiro suscetível, patógeno virulento e ambiente favorável (temperatura e umidade específicas para cada doença).

  • Sintomatologia Variada: Os sintomas variam amplamente, incluindo pústulas (ferrugens), lesões necróticas (manchas foliares), podridões de colmo (antracnose) e estrias ou nanismo (enfezamentos).

  • Disseminação Rápida: Muitos patógenos, especialmente os causadores de ferrugens, produzem milhares de esporos que são facilmente transportados pelo vento a longas distâncias, infectando lavouras vizinhas rapidamente.

  • Vetores Biológicos: Algumas doenças, como os enfezamentos causados por molicutes e viroses, dependem exclusivamente de insetos vetores (como a cigarrinha Dalbulus maidis) para sua transmissão e disseminação na lavoura.

  • Janelas de Infecção: Existem estádios fenológicos críticos para a infecção; por exemplo, a Ferrugem Polissora é mais agressiva entre o pendoamento (VT) e o grão leitoso (R3), enquanto a Antracnose pode afetar a planta desde os estádios vegetativos.

Importante Saber

  • Diagnóstico Diferencial: A identificação visual precisa é fundamental, pois sintomas de diferentes doenças podem ser confundidos (ex: diferenciar tipos de ferrugem pela cor e formato da pústula). Erros de diagnóstico ocorrem em quase metade dos casos, resultando em tratamentos ineficazes.

  • Manejo Integrado: O controle químico isolado é insuficiente. A estratégia mais eficaz combina o uso de híbridos com resistência genética, tratamento de sementes, rotação de culturas e aplicação de fungicidas nos momentos corretos.

  • Monitoramento Constante: A realização de monitoramento sistemático (como o caminhamento em “X”) permite detectar a doença no início. A aplicação preventiva ou nos primeiros sintomas garante taxas de controle superiores a 90%.

  • Controle de Vetores: Para o complexo de enfezamentos, o foco deve ser o manejo da cigarrinha e a eliminação do milho tiguera (voluntário), que serve de reservatório para os patógenos entre as safras.

  • Rotação de Princípios Ativos: O uso repetitivo do mesmo mecanismo de ação de fungicidas acelera a seleção de fungos resistentes. É crucial alternar produtos e respeitar as doses recomendadas para manter a longevidade das tecnologias de controle.

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