Enchimento de Grãos de Soja (R5): Guia Completo para Proteger sua Produtividade
Enchimento de grãos de soja: o que ocorre nessa fase, quais os cuidados a serem adotados e como garantir uma boa colheita
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Ler o Guia Principal sobre Enchimento de Grãos de Soja →O enchimento de grãos, classificado tecnicamente na fenologia da soja como o estádio R5, representa o período de maior atividade metabólica e demanda energética da cultura. Nesta fase, a planta altera sua prioridade fisiológica, deixando de investir no crescimento vegetativo para focar na translocação intensa de fotoassimilados, nutrientes e matéria seca — acumulados anteriormente nas folhas, hastes e ramos — diretamente para as sementes em formação dentro das vagens. O início desta etapa é identificado no campo quando se observam grãos com pelo menos 3 mm de comprimento em um dos quatro nós superiores da haste principal.
No contexto do agronegócio brasileiro, o estádio R5 é considerado o momento crítico para a definição da produtividade final. É durante este período que se define o peso de mil sementes (PMS), um dos principais componentes de rendimento da lavoura. A planta geralmente atinge seu máximo Índice de Área Foliar (IAF) e o pico da Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) para suportar a síntese de proteínas nos grãos. Devido à alta exigência fisiológica, a soja torna-se extremamente sensível a estresses ambientais, e falhas no manejo durante o enchimento podem resultar em perdas irreversíveis, uma vez que a planta não possui mais tempo hábil para emitir novas estruturas reprodutivas compensatórias.
Translocação de Reservas: Ocorre um fluxo acelerado e contínuo de nutrientes e energia das partes vegetativas para os drenos (grãos), esgotando as reservas das folhas.
Subdivisão Fenológica: Para um manejo de precisão, o estádio R5 é frequentemente dividido em subfases (R5.1 a R5.5), baseadas na porcentagem de preenchimento das cavidades das vagens.
Pico de Demanda Hídrica: A cultura atinge sua necessidade máxima de água para viabilizar o transporte de nutrientes e o turgor celular necessário para o crescimento do grão.
Máxima Atividade Radicular: O sistema radicular deve estar completamente estabelecido e funcional para absorver água e nutrientes em taxas elevadas.
Definição de Qualidade: Além do peso, é nesta fase que se define a qualidade física e química do grão, influenciando o teor de óleo e proteína.
Impacto do Estresse Hídrico: A falta de chuva ou umidade no solo durante o R5 é a principal causa do “chochamento” (grãos malformados ou vazios) e do abortamento de vagens, sendo o fator que mais penaliza a produtividade.
Monitoramento de Pragas: O ataque de percevejos nesta fase é particularmente danoso, pois eles sugam diretamente os grãos em formação, causando perda de peso, entrada de patógenos e redução da qualidade da semente.
Manutenção da Área Foliar: Doenças de final de ciclo (como ferrugem e manchas foliares) devem ser controladas rigorosamente para evitar a desfolha precoce, o que interromperia o enchimento dos grãos antes do tempo.
Nutrição Específica: A planta apresenta alta taxa de absorção de macro e micronutrientes; deficiências nutricionais neste momento limitam diretamente o tamanho e o peso final dos grãos.
Identificação Visual: É fundamental que o produtor saiba diferenciar o início do enchimento (R5) do grão cheio (R6), pois isso determina a janela ideal para as últimas aplicações de fungicidas e inseticidas.
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