Cigarrinha-do-Milho: Guia Completo de Identificação, Danos e Manejo Integrado
Cigarrinha-do-milho: como fazer o controle eficaz da praga e outras recomendações de manejo preventivo e curativo
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Temos um artigo detalhado e exclusivo sobre este assunto.
Ler o Guia Principal sobre Enfezamento do Milho →O enfezamento do milho é um complexo de doenças sistêmicas e vasculares causadas por microrganismos da classe dos molicutes (espiroplasmas e fitoplasmas). Estes patógenos colonizam os vasos condutores de seiva da planta (floema), obstruindo o fluxo de nutrientes e comprometendo severamente o desenvolvimento fisiológico da cultura. A transmissão ocorre exclusivamente através de um vetor, a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), que adquire os patógenos ao se alimentar de plantas doentes e os transmite para plantas sadias de forma persistente durante a sucção da seiva.
No cenário agrícola brasileiro, esta enfermidade tornou-se um dos principais desafios fitossanitários, especialmente em regiões com cultivo contínuo de milho (safra e safrinha). A “ponte verde” criada pela presença constante de plantas hospedeiras no campo favorece a multiplicação do vetor e a disseminação da doença entre ciclos. O impacto econômico é direto e agressivo, podendo reduzir a produtividade de grãos em mais de 70% ou levar à perda total da lavoura, dependendo da suscetibilidade do híbrido e do momento da infecção.
Tipologia dupla: A doença manifesta-se de duas formas principais: o Enfezamento Pálido (causado por Spiroplasma kunkelii), caracterizado por estrias cloróticas esbranquiçadas na base das folhas, e o Enfezamento Vermelho (causado por Fitoplasma), identificado pelo avermelhamento intenso das folhas, iniciando pelas bordas.
Alterações morfológicas: As plantas infectadas apresentam redução drástica de porte (nanismo) devido ao encurtamento dos internódios, dando à planta uma aparência compacta e arbustiva.
Proliferação de espigas: É comum a ocorrência de multiespigamento, onde a planta emite diversas espigas pequenas, deformadas e improdutivas na mesma axila foliar ou em nós diferentes.
Comprometimento dos grãos: A obstrução vascular impede o enchimento adequado dos grãos, resultando em espigas com falhas de granação, grãos chochos, leves e frouxos na sabugo.
Enfraquecimento radicular: O sistema radicular torna-se pouco desenvolvido e necrosado, o que aumenta significativamente a suscetibilidade da lavoura ao acamamento e tombamento antes da colheita.
Janela crítica de infecção: Os danos são irreversíveis e muito mais severos quando a transmissão ocorre nos estádios iniciais (V1 a V5); quanto mais jovem a planta for infectada, maior será a redução de produtividade.
Foco no vetor: Não existem fungicidas ou produtos curativos para a planta já doente. O manejo deve ser preventivo, focado rigorosamente no monitoramento e controle da cigarrinha-do-milho e na eliminação do milho tiguera (guaxo).
Diagnóstico de campo: Embora existam sintomas específicos para cada tipo (pálido ou vermelho), é frequente a coinfecção na mesma planta, inclusive associada a viroses como a Risca, o que pode mesclar os sintomas visuais.
Genética como aliada: A escolha de híbridos com tolerância genética comprovada aos enfezamentos é uma estratégia fundamental, pois diferentes materiais reagem com níveis distintos de severidade à presença dos molicutes.
Sazonalidade e clima: Temperaturas elevadas favorecem o ciclo de vida da cigarrinha, acelerando a disseminação da doença. Portanto, plantios tardios ou “safrinhas” tendem a sofrer maior pressão de inóculo vindo de lavouras mais velhas.
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Enfezamento do milho: principais sintomas, medidas de prevenção à doença e as formas de controle mais indicadas