Colheita de Café: O Guia Completo Sobre Épocas e Métodos
A colheita do café é uma etapa **determinante para a qualidade final da bebida**, influenciando o aroma, sabor, corpo e acidez.
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A época de colheita do café refere-se ao período do ciclo fenológico da cultura em que os frutos atingem a maturação fisiológica, apresentando as condições ideais de umidade e desenvolvimento para serem retirados da planta. No Brasil, devido à extensão territorial e diversidade climática, essa janela temporal não é uniforme, ocorrendo predominantemente entre os meses de maio e setembro, com o pico das operações concentrado entre junho e agosto. Este momento é determinado cerca de sete meses após a floração principal, variando conforme a cultivar (Arábica ou Conilon/Robusta) e as condições edafoclimáticas locais.
Esta etapa é considerada a mais crítica do ano agrícola, pois define o perfil sensorial da bebida e impacta diretamente a rentabilidade do produtor. A operação de colheita pode representar até 40% dos custos totais de produção de uma lavoura. Portanto, a definição da época correta não é apenas uma decisão agronômica, mas estratégica. O objetivo é maximizar o volume de frutos no estágio “cereja” e minimizar a presença de grãos verdes ou passados, garantindo que o aroma, sabor, corpo e acidez do café sejam preservados e valorizados no mercado.
Sazonalidade Regional: Embora a janela geral brasileira seja de maio a setembro, há variações significativas. Regiões de café Conilon (como Espírito Santo e Rondônia) tendem a iniciar a colheita mais cedo, a partir de abril, enquanto regiões de Arábica em altitudes elevadas (como Sul de Minas) podem estender os trabalhos até setembro.
Indicadores de Maturação: O ponto ideal é identificado visualmente pela coloração da casca (vermelha ou amarela, dependendo da variedade) e fisiologicamente pelo teor de umidade dos grãos, que deve estar entre 55% e 70% no momento da retirada.
Desuniformidade da Maturação: Devido à ocorrência de múltiplas floradas ao longo do ano, é comum encontrar frutos em diferentes estágios (verde, cereja, passa e seco) na mesma planta, o que exige planejamento para definir o momento de maior uniformidade.
Dependência Climática: O regime de chuvas e a temperatura durante o desenvolvimento do fruto influenciam a velocidade da maturação. Climas mais quentes aceleram o ciclo, enquanto altitudes elevadas e temperaturas amenas tendem a retardá-lo.
Métodos de Colheita Variáveis: A época influencia a escolha do método. Em colheitas mecanizadas ou de derriça total, aguarda-se uma maior porcentagem de maturação uniforme. Já na colheita seletiva (manual), a operação pode começar antes, focando apenas nos grãos maduros.
Ponto Ideal de Início: Para colheitas não seletivas (derriça), recomenda-se iniciar os trabalhos apenas quando a lavoura apresentar entre 80% e 90% de frutos maduros (cereja) e menos de 20% de frutos verdes, visando o equilíbrio entre volume e qualidade.
Impacto dos Grãos Verdes: A antecipação excessiva da colheita resulta em alta porcentagem de grãos verdes, ricos em taninos e ligninas. Isso confere à bebida adstringência (sensação de “amarrar” a boca) e amargor, depreciando o valor comercial do lote.
Riscos da Colheita Tardia: Atrasar a colheita aumenta a proporção de frutos secos ou passados no pé. Esses grãos estão suscetíveis a fermentações indesejadas, que podem gerar sabores avinagrados ou fenólicos, comprometendo a classificação da bebida.
Planejamento Operacional: Dado o alto custo da operação, o produtor deve sincronizar a disponibilidade de mão de obra e maquinário com a janela ideal de maturação, evitando que os frutos caiam no chão, onde perdem qualidade rapidamente.
Diferença entre Espécies: O café Conilon (Robusta) geralmente possui um ciclo de maturação diferente e mais precoce em comparação ao Arábica, exigindo um cronograma específico para propriedades que cultivam ambas as espécies.
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