O que é Estádios Fenológicos Do Feijoeiro

Os estádios fenológicos do feijoeiro representam a escala padronizada de desenvolvimento da planta, dividindo seu ciclo de vida em fases morfológicas distintas, desde a germinação da semente até a maturação dos grãos e a colheita. No contexto da agricultura brasileira, essa classificação é essencial para dissociar o desenvolvimento da cultura da contagem apenas por “dias após o plantio”, uma vez que fatores como temperatura, fotoperíodo, cultivar e disponibilidade hídrica podem acelerar ou retardar o ciclo. Portanto, a fenologia serve como um relógio biológico preciso para o manejo da lavoura.

Essa cronologia é segmentada em duas grandes fases: a vegetativa (representada pela letra V) e a reprodutiva (representada pela letra R). Compreender em qual estádio a lavoura se encontra é determinante para a eficiência agronômica, pois as necessidades nutricionais, a demanda hídrica e a suscetibilidade a pragas e doenças mudam drasticamente de uma fase para outra. Por exemplo, uma praga que causa danos leves na fase vegetativa pode ser devastadora se atacar durante a floração ou enchimento de vagens.

Principais Características

  • Divisão em Fases: O ciclo é dividido em Fase Vegetativa (V), que foca na formação de raízes, hastes e folhas, e Fase Reprodutiva (R), que abrange o florescimento e a formação da produção (vagens e grãos).

  • Escala Vegetativa (V0 a V4): Compreende desde a germinação (V0) e emergência (V1), passando pela abertura das folhas primárias (V2) e primeira folha composta (V3), até a terceira folha trifoliolada (V4), momento em que a planta define sua estrutura inicial.

  • Escala Reprodutiva (R5 a R9): Inicia-se com o aparecimento dos botões florais (R5) e a floração propriamente dita (R6), seguindo para a formação das vagens (R7), enchimento de grãos (R8) e finalizando na maturação fisiológica (R9).

  • Determinação do Estádio: Para fins de manejo de talhão, considera-se que a lavoura atingiu um determinado estádio fenológico quando 50% mais uma das plantas apresentam as características daquela fase específica.

  • Variabilidade Genética: A duração de cada estádio varia conforme o hábito de crescimento da cultivar (determinado ou indeterminado) e o ciclo da variedade (precoce, normal ou tardio).

Importante Saber

  • Manejo Integrado de Pragas (MIP): A identificação correta do estádio é a base do MIP. Pragas como a lagarta-elasmo e a lagarta-rosca são críticas nas fases iniciais (V0-V3), enquanto percevejos e lagartas das vagens exigem monitoramento intensivo nas fases reprodutivas (R5-R8).

  • Momento da Adubação: A aplicação de nitrogênio em cobertura geralmente é recomendada entre os estádios V3 e V4, fase em que a planta apresenta alta demanda para sustentar o crescimento vegetativo e preparar o florescimento.

  • Sensibilidade Hídrica: O período mais crítico para a falta de água ocorre entre a pré-floração (R5) e o enchimento de vagens (R8). O estresse hídrico nesses estádios pode causar abortamento de flores e vagens, reduzindo drasticamente a produtividade.

  • Aplicação de Herbicidas: O uso de herbicidas pós-emergentes deve respeitar rigorosamente a fenologia para evitar fitotoxidez. Aplicações tardias, quando a planta já iniciou o processo reprodutivo, podem comprometer a produção.

  • Ponto de Colheita: O estádio R9 indica o momento em que as vagens perdem a coloração original e secam, e os grãos atingem a umidade ideal, sinalizando a hora certa para a dessecação ou colheita mecânica.

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