O que é Falta De Potassio O Que Causa

A falta de potássio (K) é uma desordem nutricional crítica que afeta o desenvolvimento fisiológico das plantas, sendo o potássio o segundo nutriente mais exigido pela maioria das culturas agrícolas, logo após o nitrogênio. No contexto dos solos brasileiros, que são predominantemente ácidos e intemperizados, a deficiência deste macronutriente é um desafio comum, causado principalmente pela baixa fertilidade natural, pela lixiviação em solos arenosos ou pelo manejo inadequado da adubação de reposição após colheitas intensivas. O potássio não faz parte da estrutura de moléculas orgânicas na planta, mas atua como um ativador enzimático vital e regulador osmótico.

Quando se questiona “o que causa” a falta de potássio, deve-se olhar para o solo e para o manejo. A exaustão do solo sem a devida reposição (adubação potássica) é a causa primária, visto que as culturas exportam grandes quantidades de K nos grãos e frutos. Além disso, desequilíbrios químicos, como o excesso de cálcio (Ca) ou magnésio (Mg), podem inibir a absorção de potássio pelas raízes devido ao antagonismo entre esses cátions. Em regiões com alta pluviosidade, o potássio pode ser facilmente lavado (lixiviado) para camadas profundas do solo, ficando fora do alcance das raízes, especialmente em texturas arenosas.

Por outro lado, ao analisar “o que a falta causa” na planta, os impactos são severos na produtividade e qualidade. A deficiência compromete a regulação da abertura e fechamento dos estômatos, o que reduz a eficiência do uso da água e torna a lavoura muito mais suscetível ao estresse hídrico e à seca. Além disso, a falta de potássio prejudica o transporte de fotoassimilados (açúcares) das folhas para os órgãos de reserva, resultando em grãos menores, frutos com baixo teor de açúcar (Brix), menor peso hectolitro e hastes fracas, o que favorece o acamamento em culturas como milho, trigo e arroz.

Principais Características

  • Clorose e Necrose Marginal: O sintoma visual mais clássico é o amarelecimento seguido de queima (necrose) nas bordas das folhas, que progride para o centro; como o potássio é móvel na planta, esses sinais aparecem primeiro nas folhas mais velhas (baixeiras).
  • Redução do Crescimento Radicular: Plantas com deficiência de K apresentam sistema radicular menos desenvolvido e menos ramificado, o que limita a exploração do solo por água e outros nutrientes.
  • Acamamento de Plantas: Em gramíneas como milho e trigo, a falta de potássio enfraquece a estrutura celular do colmo, tornando as plantas mais propensas a tombar (acamar) sob ação de ventos ou chuvas fortes.
  • Grãos e Frutos de Baixa Qualidade: Ocorre o enchimento incompleto de grãos (grãos “chouchos” na soja) e frutos menores, com coloração irregular e menor tempo de prateleira (pós-colheita reduzida).
  • Baixa Resistência a Doenças: O potássio é fundamental para a espessura da parede celular e produção de compostos de defesa; sua falta deixa a planta mais vulnerável a ataques de fungos e pragas.

Importante Saber

  • Diagnóstico Precoce: A análise de solo é a ferramenta base para identificar a disponibilidade de K, mas a análise foliar é indispensável para confirmar se a planta está absorvendo o nutriente corretamente, detectando inclusive a “fome oculta” (perda de produtividade sem sintomas visíveis).
  • Relação K/Ca/Mg: Não basta apenas aplicar potássio; é crucial manter o equilíbrio da CTC (Capacidade de Troca de Cátions) do solo. O excesso de calcário (calagem) sem o devido aporte de potássio pode induzir a deficiência.
  • Parcelamento da Adubação: Em solos arenosos (com baixa CTC), a aplicação de todo o potássio no plantio pode resultar em grandes perdas por lixiviação. O parcelamento da adubação potássica em cobertura é uma estratégia agronômica recomendada para aumentar a eficiência de uso.
  • Consumo de Luxo: As plantas tendem a absorver mais potássio do que o necessário se ele estiver disponível em abundância (consumo de luxo), sem que isso se traduza proporcionalmente em aumento de produtividade, o que exige um manejo econômico racional.
  • Impacto na Resistência à Seca: Em anos de El Niño ou La Niña, com regimes de chuva irregulares, lavouras bem nutridas com potássio suportam melhor os veranicos, pois controlam melhor a transpiração.
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