O que é Fases Do Milho Em Dias
O conceito de “Fases do Milho em Dias” refere-se ao cronograma fenológico da cultura, que mapeia o desenvolvimento da planta desde a semeadura até a maturidade fisiológica e a colheita. No agronegócio brasileiro, compreender essa linha do tempo é vital para o planejamento estratégico da lavoura, pois cada estágio de desenvolvimento demanda manejos específicos, como adubação de cobertura, controle de pragas e irrigação. Embora a contagem em dias cronológicos seja uma referência comum, agronomicamente o ciclo é regido pelo acúmulo de unidades térmicas (Graus-Dia), o que significa que a duração de cada fase pode variar conforme a temperatura, a região (Sul, Sudeste, Centro-Oeste) e a época de plantio (safra verão ou safrinha).
Geralmente, o ciclo do milho é dividido em dois grandes estágios: o Vegetativo (V), que vai da emergência até o pendoamento, e o Reprodutivo (R), que segue da polinização até a maturação dos grãos. Em híbridos comerciais cultivados no Brasil, o ciclo total pode variar de 110 a 160 dias, dependendo se a cultivar é superprecoce, precoce ou normal. O monitoramento dessas fases em dias permite ao produtor antecipar o “período crítico” da cultura, momento em que a definição da produtividade é mais sensível a estresses hídricos ou nutricionais.
Principais Características
- Emergência (VE) a V3 (0 a 15 dias): Ocorre a germinação e o estabelecimento da plântula. Nesta fase inicial, o ponto de crescimento ainda está abaixo da superfície do solo, protegendo a planta de geadas leves ou danos mecânicos superficiais.
- Definição do Potencial Produtivo (V4 a V6 - 15 a 30 dias): Período crucial onde a planta define o número de fileiras de grãos por espiga. É a janela ideal para a aplicação de nitrogênio em cobertura, pois a planta inicia um rápido crescimento e absorção de nutrientes.
- Pendoamento e Polinização (VT a R1 - 55 a 70 dias): Marca a transição do estágio vegetativo para o reprodutivo. É o momento de máxima demanda hídrica; a falta de água nesta fase (estresse hídrico) pode causar perdas irreversíveis na produtividade devido à falha na polinização.
- Enchimento de Grãos (R2 a R5 - 70 a 110 dias): Fase onde ocorre a translocação de fotoassimilados das folhas para os grãos. O grão passa pelos estágios de bolha d’água, leitoso, pastoso e farináceo, acumulando amido e peso seco.
- Maturidade Fisiológica (R6 - 115 a 140+ dias): Formação da “camada negra” na base do grão, indicando que cessou a transferência de nutrientes da planta para a espiga. O milho atinge o máximo acúmulo de matéria seca, mas a umidade ainda é alta para a colheita mecânica imediata.
Importante Saber
- Variação por Ciclo e Clima: A contagem de dias é uma estimativa. Em regiões mais quentes ou na safrinha, o ciclo tende a encurtar devido ao acúmulo mais rápido de graus-dia, enquanto em climas frios ou altitudes elevadas, o ciclo se alonga.
- Identificação Visual: Não se baseie apenas no calendário. O produtor deve ir a campo e identificar visualmente os estágios (contagem de folhas com colar visível para fases V, e aspecto do grão/estigma para fases R) para tomar decisões de manejo assertivas.
- Ponto de Colheita: A maturidade fisiológica não é o mesmo que o ponto de colheita. Após a fase R6, é necessário aguardar a perda de umidade natural do grão no campo (secagem) até atingir níveis entre 18% e 22% (ou menos, dependendo da estrutura de secagem da fazenda) para realizar a colheita mecânica com mínimo dano.
- Planejamento de Fungicidas: O conhecimento das fases em dias auxilia na programação de aplicações preventivas de fungicidas, que geralmente devem proteger as folhas do terço superior e da espiga antes e durante o período reprodutivo para garantir o enchimento pleno dos grãos.
- Escolha do Híbrido: A escolha entre híbridos superprecoces, precoces ou normais altera drasticamente a tabela de “fases em dias”. Híbridos superprecoces são estratégicos para o plantio da safrinha, visando escapar de geadas ou secas no final do ciclo, mas exigem manejo muito preciso pois as fases fenológicas passam mais rápido.