Preço do Feijão em 2024: Análise Completa da Safra e Previsão de Mercado
Previsão para o preço do feijão: entenda como está o mercado, estimativas de produção, tendências e muito mais!
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O Feijão Carioca (Phaseolus vulgaris L.) representa a variedade comercial mais cultivada e consumida em território nacional, correspondendo a cerca de 70% do mercado brasileiro de feijões. Diferente de outras commodities agrícolas que possuem forte apelo de exportação, o carioca é um produto voltado essencialmente para o abastecimento interno, sendo parte fundamental da segurança alimentar e da cultura gastronômica do país. Sua produção é caracterizada por uma dinâmica única que permite até três safras anuais (águas, seca e inverno), garantindo oferta constante, embora sujeita a volatilidades climáticas e de mercado.
No contexto agronômico, o cultivo do feijão carioca exige alto nível tecnológico para atingir boas produtividades e qualidade de grão, fator determinante para a precificação. A cultura é sensível a estresses climáticos e possui um ciclo relativamente curto, o que demanda planejamento rigoroso. Nos últimos anos, observa-se uma tendência de especialização dos produtores, visto que a área plantada tem reduzido — cerca de 19% em cinco anos — enquanto a busca por eficiência produtiva aumenta para atender a demanda.
A comercialização desta variedade é pautada por critérios visuais rigorosos, onde a cor e a integridade do grão definem o valor da saca. Por ser um produto perecível em termos de qualidade visual (o grão escurece com o tempo), o mercado do feijão carioca apresenta alta volatilidade de preços, reagindo rapidamente a excessos ou escassez de oferta momentânea, como observado nos períodos de entressafra ou após eventos climáticos como o El Niño.
Ciclo de Produção Contínuo: O Brasil possui a vantagem climática de cultivar o feijão carioca em três épocas distintas: primeira safra (agosto a dezembro), segunda safra (janeiro a abril) e terceira safra (maio a julho), permitindo fluxo de caixa em diferentes momentos do ano.
Padrão Visual do Grão: Apresenta tegumento de cor creme com estrias marrons longitudinais. O mercado valoriza grãos claros, sem manchas e de tamanho uniforme (peneira alta), sendo que o escurecimento natural pós-colheita é um fator depreciativo.
Polos de Produção: A produção concentra-se majoritariamente nos estados do Paraná, Minas Gerais, Goiás e São Paulo, com a Bahia também desempenhando papel relevante no equilíbrio da oferta nacional.
Sensibilidade Climática: A cultura responde drasticamente a variações hídricas e térmicas. O excesso de chuvas na colheita (comum no Sul) ou o estresse térmico e hídrico na floração (comum no Sudeste e Centro-Oeste) impactam diretamente a produtividade e a qualidade final.
Dinâmica de Preços: Diferente da soja ou milho, cujos preços são formados internacionalmente, o preço do feijão carioca é formado pelo mercado interno, apresentando oscilações bruscas baseadas na oferta regional imediata e na qualidade do lote ofertado.
Critério de Qualidade na Venda: O produtor deve estar ciente de que o “feijão velho” ou escurecido sofre deságio significativo. A agilidade na comercialização ou o armazenamento em condições controladas (câmaras frias) são estratégias para manter o valor de mercado, especialmente visando preços acima de R 300,00 por saca.
Impacto do El Niño: Fenômenos climáticos como o El Niño alteram o regime de chuvas, provocando quebras de safra. Em anos de ocorrência, é comum haver redução na oferta e consequente alta de preços no primeiro trimestre, devido a problemas de germinação no Sudeste ou excesso de umidade no Sul.
Janelas de Oportunidade: Historicamente, os períodos de entressafra (intervalos entre as colheitas das três safras) tendem a apresentar picos de preço. Monitorar os estoques remanescentes e o andamento da colheita em estados chave, como o Paraná, é vital para decidir o momento da venda.
Redução da Área Plantada: Há uma tendência estrutural de redução de área de feijão em favor de culturas como soja e milho, que oferecem maior liquidez e facilidade operacional. Isso torna o mercado de feijão mais suscetível a choques de oferta, valorizando o produtor que consegue manter alta produtividade.
Planejamento de Safra: Devido ao alto custo de produção e risco climático, a diversificação das épocas de plantio e o uso de seguro agrícola são ferramentas recomendadas para mitigar os riscos inerentes à cultura do feijão carioca.
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