Módulo 4 - Aula 1: Identificação e Controle de Doenças em Milho, Soja e Sorgo
Identifique visualmente 12 doenças críticas em grãos e reduza perdas de até 80% com diagnóstico preciso e controle estratégico
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A ferrugem é uma denominação genérica para um grupo de doenças fúngicas de alta severidade que afeta diversas culturas de importância econômica no agronegócio brasileiro, com destaque para o milho, a soja e o feijão. Causada por fungos biotróficos, essa enfermidade caracteriza-se pela formação de pústulas na superfície das folhas, que rompem a epiderme vegetal para liberar esporos (urédias), comprometendo a área fotossintética da planta e drenando seus nutrientes vitais. No contexto da produção de grãos, as ferrugens representam um dos principais desafios fitossanitários, sendo responsáveis por parcelas significativas das perdas anuais que, somadas a outras doenças, geram prejuízos bilionários ao setor.
A agressividade deste patógeno varia conforme a espécie do fungo e as condições climáticas da safra. No caso específico da cultura do milho, a Ferrugem Polissora (Puccinia polysora) destaca-se como uma das mais devastadoras, com potencial de reduzir a produtividade em até 65% se não manejada corretamente. A doença evolui rapidamente sob condições de alta umidade e temperaturas elevadas, típicas de muitas regiões produtoras do Brasil, exigindo monitoramento constante e estratégias de controle assertivas. A capacidade de disseminação pelo vento torna o manejo regionalizado essencial, uma vez que focos de infecção podem atingir lavouras distantes em questão de dias.
Sintomatologia Visual: Presença de pústulas erumpentes (elevações) na superfície foliar, variando de coloração (marrom-canela, amarelo-dourado ou branco-creme) e formato (circular ou alongado) conforme a espécie específica do fungo.
Alto Potencial de Disseminação: Uma única pústula pode produzir milhares de esporos diariamente, que são facilmente transportados pelo vento, podendo infectar lavouras a dezenas de quilômetros de distância.
Dependência Ambiental: A infecção está estritamente ligada ao “Triângulo da Doença”, exigindo condições específicas de temperatura (geralmente entre 16°C e 30°C dependendo da variante) e períodos de molhamento foliar contínuo.
Dreno Metabólico: O patógeno atua desviando os fotoassimilados da planta para sua própria nutrição, além de causar necrose tecidual que reduz a área verde disponível para fotossíntese.
Posicionamento na Planta: Os sintomas iniciais geralmente requerem inspeção detalhada, podendo ocorrer tanto na face superior quanto na inferior das folhas, dependendo do tipo de ferrugem (ex: Polissora predomina na face superior).
Diagnóstico Diferencial é Crítico: Erros na identificação visual ocorrem em cerca de 45% dos casos, levando à escolha incorreta de fungicidas e desperdício de recursos; é vital distinguir entre os tipos de ferrugem (Comum, Polissora, Branca) pois a agressividade e o manejo mudam.
Genética como Base do Controle: A utilização de híbridos ou cultivares com resistência genética é a estratégia mais eficiente, capaz de reduzir a incidência da doença entre 60% e 80% antes mesmo da necessidade de controle químico.
Janela de Aplicação: O atraso na aplicação de fungicidas após o atingimento do limiar de dano econômico pode reduzir a eficácia do controle em até 70%, tornando o monitoramento frequente (semanal) indispensável.
Rotação de Princípios Ativos: Devido à alta taxa de reprodução do fungo, o uso repetido do mesmo mecanismo de ação pode acelerar a seleção de populações resistentes, exigindo alternância de produtos.
Condições Predisponentes: O produtor deve estar alerta às previsões climáticas; temperaturas amenas favorecem a Ferrugem Comum, enquanto o calor úmido favorece a Polissora, exigindo adaptação da estratégia conforme o clima da região.
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