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O que é ferrugem asiática

A ferrugem asiática é uma doença fúngica causada pelo patógeno Phakopsora pachyrhizi, considerada a principal ameaça fitossanitária à cultura da soja no Brasil. Desde sua identificação no país na safra 2001/02, tornou-se o maior desafio para os produtores devido ao seu alto potencial destrutivo, capaz de ocasionar perdas de produtividade que variam de 10% a 90% se não manejada corretamente, além de elevar significativamente os custos de produção com a aplicação intensiva de fungicidas.

O fungo possui característica biotrófica, o que significa que ele necessita de hospedeiros vivos para sobreviver e se multiplicar. A doença ataca principalmente as folhas da soja, iniciando-se geralmente pelo terço inferior da planta (baixeiro). O avanço da infecção provoca o amarelecimento e a queda prematura das folhas (desfolha precoce), impedindo a planta de realizar a fotossíntese adequadamente durante a fase de enchimento de grãos. Isso resulta em grãos malformados, com menor peso e qualidade inferior, impactando diretamente a rentabilidade final da lavoura.

Principais Características

  • Agente Causal: O fungo Phakopsora pachyrhizi produz esporos leves que são facilmente disseminados pelo vento a longas distâncias, facilitando a rápida contaminação entre lavouras e regiões.

  • Sintomatologia: Inicia-se com pequenos pontos escuros (lesões) nas folhas inferiores, evoluindo para a formação de urédias (saliências parecidas com poros) na face inferior da folha, de onde são liberados os esporos de coloração bege ou alaranjada.

  • Hospedeiros Alternativos: O fungo pode sobreviver em mais de 150 espécies de leguminosas, incluindo o feijão, a soja-perene e plantas daninhas como a corda-de-viola e o kudzu, que servem de “ponte verde” na entressafra.

  • Ciclo Rápido: Em condições climáticas favoráveis (alta umidade e temperaturas amenas), o ciclo de vida do fungo é extremamente curto, permitindo múltiplas gerações do patógeno em uma mesma safra.

  • Desenvolvimento de Resistência: O patógeno apresenta alta variabilidade genética, tendo já desenvolvido resistência ou redução de sensibilidade a importantes grupos químicos de fungicidas, como triazóis, estrobilurinas e carboxamidas.

Importante Saber

  • Vazio Sanitário: O respeito rigoroso ao período de vazio sanitário (proibição de plantas vivas de soja no campo) é a principal estratégia para reduzir a carga de inóculo do fungo entre as safras.

  • Monitoramento Precoce: A identificação visual dos sintomas a olho nu (folhas amareladas) indica que a doença já está em estágio avançado; o monitoramento deve ser feito preventivamente com uso de lupas para detectar as primeiras lesões no baixeiro.

  • Manejo de Resistência: É crucial rotacionar os modos de ação dos fungicidas e evitar aplicações curativas repetitivas para preservar a eficiência dos produtos disponíveis e retardar a seleção de fungos resistentes.

  • Controle de Plantas Daninhas: A eliminação de plantas guaxas (soja voluntária) e de hospedeiros alternativos nas bordaduras e áreas adjacentes é fundamental para evitar a sobrevivência do fungo na área.

  • Estratégia Integrada: O controle químico isolado é insuficiente e arriscado; o manejo eficiente exige a integração de táticas como o uso de cultivares precoces, semeadura no início da janela de plantio e uso de multissítios.

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