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O que é Ferrugem Asiática Da Soja

A Ferrugem Asiática da Soja é uma doença fúngica causada pelo patógeno Phakopsora pachyrhizi, considerada a principal e mais destrutiva enfermidade que acomete a cultura da soja no Brasil e no mundo. Identificada em território nacional na safra 2001/02, a doença possui alto potencial de disseminação pelo vento e capacidade de causar perdas severas de produtividade, que podem variar de 10% a 90% se não houver medidas de controle adequadas. Devido à sua agressividade e rápida evolução, ela representa um dos maiores custos fitossanitários para o produtor brasileiro, exigindo investimentos constantes em monitoramento e aplicações de defensivos.

O impacto econômico da ferrugem é massivo, pois o fungo ataca diretamente as folhas da planta, provocando lesões que levam à desfolha precoce. Esse processo interrompe a fotossíntese e impede o enchimento completo dos grãos, resultando em uma colheita de baixo rendimento e qualidade inferior. Por ser causada por um fungo biotrófico, que necessita de um hospedeiro vivo para sobreviver e se multiplicar, a ocorrência da doença está intrinsecamente ligada à presença de plantas de soja no campo (incluindo as tigueras) e às condições climáticas, sendo altamente favorecida por períodos de alta umidade e temperaturas amenas.

Principais Características

  • Agente Causal: O fungo Phakopsora pachyrhizi é o responsável pela doença, caracterizando-se por sua alta variabilidade genética e rápida adaptação aos métodos de controle químico.

  • Sintomas Visuais: Inicialmente, manifesta-se como minúsculos pontos escuros (verde-escuro a cinza) na face superior das folhas; na face inferior, formam-se as urédias (pústulas), que são saliências semelhantes a pequenas bolhas.

  • Ciclo de Vida Acelerado: Em condições ideais, o ciclo do fungo se completa entre 6 a 9 dias, o que permite a ocorrência de múltiplas gerações do patógeno dentro de uma mesma safra.

  • Condições Favoráveis: O desenvolvimento da doença depende de água livre na superfície da folha (molhamento foliar contínuo por no mínimo 6 horas) e temperaturas entre 15°C e 25°C.

  • Disseminação: A propagação ocorre principalmente através do vento, que transporta os esporos (urediniósporos) por longas distâncias, facilitando a contaminação entre lavouras vizinhas e regiões distintas.

  • Dano Principal: Causa o amarelecimento e a queda prematura das folhas (desfolha), comprometendo a fase de enchimento de grãos e a produtividade final.

Importante Saber

  • Vazio Sanitário: O cumprimento do vazio sanitário (período de 60 a 90 dias sem plantas vivas de soja no campo) é obrigatório e fundamental para quebrar o ciclo do fungo e reduzir o inóculo inicial para a safra seguinte.

  • Monitoramento Constante: A inspeção deve ser rigorosa desde o início do desenvolvimento vegetativo, com foco nas folhas do baixeiro e uso de lupas de aumento, pois os sintomas iniciais são difíceis de ver a olho nu.

  • Manejo de Resistência: Devido à perda de sensibilidade do fungo a certos grupos químicos, é crucial rotacionar fungicidas com diferentes modos de ação e utilizar multissítios para preservar a eficiência dos produtos.

  • Calendarização da Semeadura: O plantio deve ser realizado dentro da janela recomendada, preferencialmente no início da época, utilizando cultivares precoces para “escapar” do pico de pressão da doença no final do ciclo.

  • Controle Preventivo: A aplicação de fungicidas deve ser preferencialmente preventiva ou realizada imediatamente após a detecção dos primeiros sintomas ou alertas regionais, visto que a eficácia curativa em infecções avançadas é baixa.

  • Eliminação de Tigueras: O controle de plantas voluntárias de soja (guaxas ou tigueras) na entressafra é indispensável, pois elas servem como “ponte verde” para a sobrevivência do fungo até o próximo plantio.

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