O que é Ferrugem Polissora

A Ferrugem Polissora, causada pelo fungo Puccinia polysora, é considerada a doença foliar mais agressiva e destrutiva para a cultura do milho no Brasil. Diferente de outras variantes, como a ferrugem comum ou a branca, esta enfermidade possui um potencial devastador de redução de produtividade, podendo comprometer até 65% da colheita em casos severos onde não há controle adequado. Sua incidência é historicamente favorecida por climas quentes e úmidos, encontrando condições ideais em temperaturas que variam entre 20°C e 30°C, aliadas à alta umidade relativa do ar.

No cenário agrícola brasileiro, a doença tem gerado preocupação crescente em grandes polos produtores, como Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. O fungo ataca a planta formando pústulas que rompem a epiderme foliar para liberar esporos, prejudicando drasticamente a área fotossintética. O impacto agronômico é direto no enchimento de grãos: ao induzir a senescência precoce (envelhecimento e morte antecipada das folhas), a doença interrompe o ciclo natural de translocação de nutrientes para a espiga, resultando em grãos com menor peso e qualidade comercial inferior.

A disseminação do patógeno ocorre principalmente pelo vento, que transporta os urediniósporos (esporos do fungo) por longas distâncias, facilitando a contaminação entre talhões e propriedades vizinhas. Devido à sua agressividade, surtos epidêmicos, como o ocorrido na safra 2009/2010 na região Sul, servem de alerta para a necessidade de um manejo preventivo rigoroso, visto que a recuperação da lavoura após o estabelecimento severo da infecção é extremamente difícil e custosa.

Principais Características

  • Agente Etiológico: A doença é causada especificamente pelo fungo Puccinia polysora, distinto dos patógenos da ferrugem comum e branca.

  • Sintomatologia Visual: Manifesta-se através de pústulas pequenas, de formato circular a elíptico, que variam de coloração amarelada a dourada, escurecendo conforme a maturação.

  • Localização da Infecção: As lesões ocorrem predominantemente na face superior das folhas e, com frequência, nas bainhas foliares, diferindo da ferrugem comum que ataca ambos os lados.

  • Condições Climáticas: O desenvolvimento é otimizado em ambientes de baixa altitude, com temperaturas elevadas (acima de 25°C) e alta umidade.

  • Ciclo Rápido: O fungo possui alta capacidade de reprodução e dispersão, permitindo que a doença evolua rapidamente de focos isolados para uma infecção generalizada na lavoura.

Importante Saber

  • Déficit de Resistência Genética: Dados da Embrapa Milho e Sorgo indicam que a maioria das cultivares no mercado é suscetível; de 315 avaliadas, apenas cerca de 55 apresentaram resistência à ferrugem polissora.

  • Diferenciação no Campo: É crucial não confundir com a ferrugem comum (Puccinia sorghi). A polissora tem pústulas menores e mais circulares concentradas na parte de cima da folha, enquanto a comum apresenta pústulas alongadas em ambas as faces.

  • Impacto na Produtividade: O dano principal não é apenas estético, mas fisiológico, reduzindo o vigor da planta e o peso final dos grãos, o que impacta diretamente a rentabilidade por hectare.

  • Estratégia de Manejo: O controle químico com fungicidas deve ser planejado preventivamente ou logo aos primeiros sintomas, dada a agressividade da doença.

  • Monitoramento Regional: Produtores em regiões de clima tropical e subtropical devem manter vigilância constante, pois o histórico da área e as condições meteorológicas são determinantes para a explosão da doença.

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