O que é Fitóftora Na Soja

A Fitóftora na soja, tecnicamente conhecida como podridão radicular e da haste por fitóftora, é uma doença de grande impacto econômico causada pelo oomiceto Phytophthora sojae. Embora este organismo se assemelhe a um fungo e compartilhe hábitos de desenvolvimento em condições de alta umidade, ele pertence a um grupo biológico distinto, conhecido por sua agressividade e capacidade de destruição de tecidos vegetais. A doença está presente na maioria das regiões produtoras de soja do Brasil e, quando encontra condições favoráveis e cultivares suscetíveis, pode levar a perdas totais de rendimento nas áreas afetadas.

A infecção pode ocorrer em qualquer estádio de desenvolvimento da cultura, desde a semente até a planta adulta, mas o impacto é frequentemente mais severo em plantas jovens. O patógeno ataca o sistema radicular e a base da haste, comprometendo a capacidade da planta de absorver água e nutrientes. Em situações de campo, a doença manifesta-se tipicamente em reboleiras, especialmente em partes mais baixas do terreno ou em solos compactados onde há acúmulo de umidade, criando o ambiente ideal para a proliferação do oomiceto.

Para o produtor brasileiro, o manejo da Fitóftora é um desafio constante, pois a doença reduz drasticamente o estande de plantas, causando falhas na lavoura que muitas vezes exigem a ressemeadura. A identificação correta é crucial, pois os sintomas podem ser confundidos com outras podridões radiculares. O entendimento do ciclo da doença e o uso de estratégias preventivas são fundamentais para evitar a degradação da produtividade e garantir a viabilidade econômica da safra.

Principais Características

  • Agente Causador: A doença é provocada pelo Phytophthora sojae, um oomiceto que sobrevive no solo e em restos culturais, sendo altamente dependente de água livre para se disseminar e infectar as raízes.

  • Sintomas na Haste: A característica mais marcante em plantas adultas é uma lesão de coloração marrom-escura que se inicia na base da haste e progride para cima, podendo atingir ramos laterais.

  • Danos Radiculares: Ocorre o apodrecimento severo do sistema radicular; as raízes secundárias são destruídas e a raiz principal torna-se escura e não funcional.

  • Sintomas Foliares: As plantas infectadas apresentam clorose (amarelamento) e murcha; um sinal distintivo é que, após a morte da planta, as folhas secas permanecem presas à haste.

  • Afetação de Plântulas: Na fase inicial, causa falhas na germinação e tombamento (damping-off) de plântulas, que apresentam tecidos encharcados e escurecidos na base do caule.

  • Padrão de Ocorrência: A doença geralmente aparece em reboleiras (manchas) na lavoura, coincidindo com áreas de drenagem deficiente ou compactação do solo.

Importante Saber

  • Condições Predisponentes: O desenvolvimento da doença é fortemente favorecido por solos encharcados e temperaturas amenas a quentes; períodos de chuvas intensas logo após a semeadura aumentam significativamente o risco de infecção.

  • Vulnerabilidade Varietal: A gravidade dos danos está diretamente ligada à genética da planta; cultivares sensíveis podem sofrer perda total em áreas infectadas, enquanto variedades com resistência genética sofrem impactos menores.

  • Impacto no Estande: A morte de plântulas em pré e pós-emergência reduz a população de plantas por hectare, o que impacta diretamente o potencial produtivo final da lavoura e pode elevar os custos devido à necessidade de replantio.

  • Diagnóstico Diferencial: É essencial distinguir a Fitóftora de outras doenças de solo; a lesão marrom contínua que sobe pela haste é um indicativo forte, mas análises laboratoriais podem ser necessárias para confirmação exata.

  • Persistência no Solo: O inóculo pode permanecer viável no solo por longos períodos, o que torna o manejo cultural, como a melhoria da drenagem e a rotação de culturas, tão importante quanto a escolha da cultivar.

  • Monitoramento Constante: O monitoramento deve ser intensificado em áreas com histórico da doença e em talhões com topografia que favoreça o acúmulo de água, observando-se desde a emergência até o enchimento de grãos.

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