O que é Fitotoxidade Em Milho

A fitotoxidade em milho refere-se à resposta tóxica da planta à exposição a substâncias químicas, predominantemente defensivos agrícolas (como herbicidas) ou fertilizantes aplicados de maneira inadequada. Esse fenômeno ocorre quando a cultura absorve um composto químico em quantidade ou velocidade superior à sua capacidade fisiológica de metabolizá-lo e desintoxicá-lo. O resultado são alterações metabólicas, fisiológicas e morfológicas que podem variar desde sintomas visuais leves e temporários até a morte da planta, comprometendo o estande e o potencial produtivo da lavoura.

No contexto do agronegócio brasileiro, onde o manejo químico de plantas daninhas é intensivo e muitas vezes envolve o uso de pré-emergentes e misturas em tanque, a fitotoxidade é um risco constante. Ela pode ser desencadeada por erros de dosagem, escolha incorreta do produto para o tipo de solo, sobreposição de barras na aplicação ou condições climáticas adversas (como excesso de chuva ou seca) que alteram a dinâmica do produto no ambiente. Identificar e prevenir a fitotoxidade é essencial para garantir a rentabilidade, visto que plantas estressadas por produtos químicos tendem a ter menor desenvolvimento radicular e vegetativo.

Principais Características

  • Sintomas Foliares Visíveis: Manifesta-se frequentemente através de clorose (amarelecimento entre as nervuras ou generalizado), necrose (queima das bordas ou tecidos), manchas irregulares e, em casos específicos, o enrolamento das folhas (conhecido como “cebola” ou “charuto”).

  • Danos ao Sistema Radicular: Pode causar o atrofiamento das raízes, inibição do crescimento de raízes secundárias ou o aspecto de “escova de garrafa”, o que limita severamente a absorção de água e nutrientes pela planta.

  • Redução de Porte e Vigor: Plantas afetadas costumam apresentar encurtamento dos internódios, resultando em um porte menor (nanismo) e desenvolvimento atrasado em comparação às plantas sadias da mesma área.

  • Morte de Plântulas: Em situações severas, especialmente com herbicidas pré-emergentes aplicados em doses excessivas ou em solos muito arenosos, pode ocorrer a morte da plântula logo após a germinação, reduzindo o estande final da lavoura.

  • Desuniformidade da Lavoura: A fitotoxidade muitas vezes não afeta a área total de forma igual, criando “manchas” na lavoura ou faixas onde houve sobreposição da aplicação, gerando desuniformidade no desenvolvimento e na maturação das espigas.

Importante Saber

  • Interação com o Solo: A textura do solo (teor de argila e areia), o pH e a matéria orgânica são determinantes na biodisponibilidade dos herbicidas. Solos arenosos e com baixa matéria orgânica retêm menos o produto, deixando-o mais disponível para a planta e aumentando o risco de intoxicação se a dose não for ajustada.

  • Efeito Residual (Carryover): É fundamental considerar o histórico da área. Herbicidas com longo efeito residual aplicados na cultura anterior podem causar fitotoxidade no milho, assim como produtos aplicados no milho podem prejudicar a cultura subsequente (como soja ou feijão).

  • Tecnologia de Aplicação: A manutenção e calibração do pulverizador são críticas. Bicos desgastados, pressão inadequada ou velocidade incorreta podem causar sobredosagem, que é uma das causas primárias de danos fitotóxicos.

  • Seletividade de Híbridos: Existe variabilidade genética na tolerância aos herbicidas. Alguns híbridos de milho são mais sensíveis a determinados princípios ativos do que outros; consultar a empresa de sementes sobre a sensibilidade do material é uma prática recomendada.

  • Condições Climáticas: O clima pós-aplicação influencia a ativação e a degradação do produto. Chuvas intensas logo após a aplicação de pré-emergentes podem lixiviar o produto para a zona das raízes em concentração tóxica, enquanto o frio ou seca excessiva reduzem o metabolismo da planta, dificultando sua desintoxicação natural.

  • Misturas em Tanque: A associação de diferentes produtos (herbicidas, inseticidas, fungicidas e adjuvantes) pode alterar as propriedades físico-químicas da calda, potencializando a absorção e gerando fitotoxidade que os produtos isolados não causariam.

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