Nutrição da Soja: Identificando Deficiências e Momento Ideal de Adubação
Nutrição da soja: como é feita a avaliação nutricional da lavoura, marcha de absorção de nutrientes e sintomas da deficiência de NPK.
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O fósforo (P) é um macronutriente primário essencial para o desenvolvimento fisiológico da cultura da soja, desempenhando um papel vital na transferência de energia (ATP), na fotossíntese, na respiração celular e, crucialmente, no desenvolvimento do sistema radicular e na formação de grãos. No contexto do agronegócio brasileiro, o manejo deste nutriente representa um dos maiores desafios técnicos e econômicos para o produtor. Isso ocorre porque a maioria dos solos tropicais, incluindo áreas de Cerrado e terras baixas no Sul, possui naturalmente baixa disponibilidade de fósforo e alta acidez, fatores que favorecem a fixação do elemento no solo, tornando-o indisponível para as plantas se não houver correção adequada.
Na prática, a adubação fosfatada é determinante para o estabelecimento inicial da lavoura e para o alcance de altas produtividades. A soja é uma cultura exigente em fertilidade, respondendo vigorosamente à aplicação de fósforo, especialmente em solos corrigidos. A deficiência deste nutriente limita o crescimento vegetativo, reduz o porte da planta e compromete o enchimento de grãos. Além disso, em sistemas de rotação de culturas, como o cultivo de soja em sucessão ao arroz irrigado, o fornecimento adequado de fósforo é estratégico não apenas para a nutrição, mas para garantir o rápido fechamento do dossel, auxiliando no controle cultural de plantas daninhas através do sombreamento.
Mobilidade na planta: O fósforo é um elemento móvel dentro da planta, o que significa que, em situações de escassez, a soja o transloca das folhas mais velhas para as novas. Por isso, os sintomas visuais de deficiência surgem primeiro no terço inferior da planta.
Sintomas de deficiência: Plantas carentes de fósforo apresentam crescimento retardado, folhas menores e uma coloração que varia do verde-escuro intenso a tons azulados. Em casos severos, podem ocorrer cloroses e necroses entre as nervuras das folhas velhas.
Fontes de adubação: As fontes mais comuns utilizadas no Brasil incluem o superfosfato simples (com cerca de 20% de P2O5) e o fosfato monoamônio (MAP, com cerca de 48% de P2O5), sendo o custo deste insumo uma parcela relevante do orçamento da safra.
Alta resposta em várzeas: Em solos de terras baixas (comumente usados para arroz), a soja demonstra uma exigência de fertilidade superior à do cereal, respondendo positivamente a doses elevadas de fósforo e à correção do pH do solo.
Interação com o solo: O fósforo é pouco móvel no solo e tende a ser fixado por óxidos de ferro e alumínio em condições ácidas, exigindo que a aplicação seja bem planejada (geralmente no sulco de semeadura ou a lanço com incorporação/correção prévia).
Balanço nutricional e exportação: A soja exporta grandes quantidades de fósforo nos grãos. Para evitar o empobrecimento do solo (efeito “mineração”), a adubação deve repor o que foi extraído e, idealmente, construir um saldo positivo, especialmente em cultivares de alto potencial produtivo.
Doses para efeito residual: Em sistemas de rotação, como soja-arroz, estudos indicam que doses baixas (inferiores a 60 kg/ha de P2O5) podem não ser suficientes para deixar efeito residual para a cultura seguinte. Doses maiores (próximas a 120 kg/ha) mostraram máxima eficiência técnica em determinados solos de baixa fertilidade.
Diagnóstico correto: A identificação da necessidade de fósforo não deve se basear apenas em sintomas visuais, pois a “fome oculta” pode reduzir a produtividade sem sinais claros. A análise de solo periódica e a análise foliar são ferramentas indispensáveis para o ajuste fino da adubação.
Impacto no controle de daninhas: Uma nutrição fosfatada deficiente resulta em plantas com menor área foliar e fechamento tardio das entrelinhas. Isso permite maior entrada de luz no solo, favorecendo a germinação e o crescimento de plantas daninhas resistentes, dificultando o manejo fitossanitário.
Correção de acidez: A eficiência da adubação fosfatada está diretamente ligada ao pH do solo. Sem a prática da calagem para corrigir a acidez (elevando o pH para próximo de 6,0), grande parte do adubo aplicado pode ficar indisponível para a planta, resultando em prejuízo financeiro e produtivo.
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