O que é Fungicida De Contato

Os fungicidas de contato, também conhecidos como fungicidas protetores ou tópicos, representam uma categoria fundamental de defensivos agrícolas caracterizada pela sua imobilidade na planta. Diferentemente dos fungicidas sistêmicos, que são absorvidos e translocados através do xilema ou floema, os produtos de contato permanecem na superfície externa dos tecidos vegetais (folhas, caules e frutos) onde foram depositados durante a pulverização. Eles atuam criando uma barreira química tóxica que impede a germinação dos esporos ou a penetração do tubo germinativo do fungo na cutícula da planta.

No contexto do agronegócio brasileiro, o uso de fungicidas de contato ganhou renovada importância estratégica, especialmente no manejo de grandes culturas como a soja, o algodão e o milho. Devido ao aumento da resistência de patógenos a fungicidas sistêmicos (sítio-específicos), os produtos de contato — que geralmente possuem mecanismo de ação multissítio — tornaram-se ferramentas indispensáveis. Eles não apenas protegem a planta de forma preventiva, mas também atuam na preservação da vida útil de outras moléculas químicas, sendo frequentemente utilizados em misturas de tanque ou formulações prontas para garantir um controle robusto e sustentável das doenças.

Principais Características

  • Ação Superficial e Imóvel: O ingrediente ativo não penetra nos tecidos da planta, permanecendo depositado sobre a epiderme, o que exige uma cobertura perfeita durante a aplicação para não deixar áreas desprotegidas.

  • Atuação Preventiva: Sua eficácia é máxima quando aplicado antes da infecção, pois sua função primária é inibir a germinação dos esporos fúngicos antes que eles causem danos às células vegetais.

  • Mecanismo Multissítio: A grande maioria dos fungicidas de contato atua interferindo em diversos processos metabólicos vitais do fungo simultaneamente (como respiração e produção de energia), o que dificulta extremamente a seleção de indivíduos resistentes.

  • Baixo Risco de Resistência: Devido à sua ação em múltiplos pontos da célula fúngica, são considerados a base para estratégias de manejo antirresistência, protegendo fungicidas de sítio específico.

  • Vulnerabilidade às Intempéries: Por ficarem expostos na superfície da folha, estão mais sujeitos à lavagem pela chuva (efeito wash-off) e à degradação pela luz solar (fotodecomposição), podendo ter seu efeito residual reduzido em comparação aos sistêmicos.

Importante Saber

  • Proteção de Tecidos Novos: Como o produto não se move dentro da planta, as folhas novas que surgem após a aplicação não estão protegidas, exigindo reaplicações constantes durante a fase de crescimento vegetativo intenso.

  • Tecnologia de Aplicação: A eficiência do fungicida de contato depende diretamente da qualidade da pulverização; é necessário garantir um número adequado de gotas por centímetro quadrado para formar uma barreira uniforme e sem falhas.

  • Manejo de Resistência: O uso isolado de fungicidas sistêmicos (como estrobilurinas e carboxamidas) não é recomendado em cenários de alta pressão de doença; a adição de um fungicida de contato (como mancozebe, clorotalonil ou cobre) é essencial para evitar falhas de controle.

  • Intervalo de Reentrada: Em caso de chuvas intensas logo após a aplicação, a barreira protetora pode ser removida, sendo necessário monitorar a lavoura e, se preciso, realizar uma nova aplicação para restabelecer a proteção.

  • Espectro de Ação: Geralmente possuem um amplo espectro de controle, sendo eficazes contra uma grande variedade de fungos, o que simplifica o manejo em áreas com ocorrência simultânea de diferentes doenças.

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