O que é Fungicida Para Antracnose

O fungicida para antracnose refere-se a uma classe de defensivos agrícolas, químicos ou biológicos, formulados especificamente para o controle e manejo do fungo do gênero Colletotrichum. No contexto da cultura do feijão, o patógeno alvo é o Colletotrichum lindemuthianum, causador de uma das doenças mais severas e economicamente impactantes para os produtores brasileiros. A antracnose é favorecida por condições de alta umidade e temperaturas amenas (entre 18°C e 22°C), sendo, portanto, um desafio crítico principalmente durante a “safra das águas” (primeira safra), quando as chuvas são frequentes e facilitam a disseminação dos esporos.

A utilização desses fungicidas é uma ferramenta vital dentro do Manejo Integrado de Doenças (MID). Eles atuam inibindo o desenvolvimento do fungo, seja impedindo a germinação dos esporos na superfície da folha ou interrompendo o crescimento do micélio no interior dos tecidos vegetais. Sem o uso adequado dessas soluções, a doença pode causar necrose nas nervuras das folhas, lesões deprimidas nas vagens e manchas nos grãos, comprometendo drasticamente a qualidade comercial e a produtividade da lavoura, podendo levar a perdas totais em cultivares suscetíveis.

No agronegócio brasileiro, a escolha do fungicida para antracnose deve ser estratégica, considerando o estágio fenológico da cultura e a pressão da doença. Existem opções com ação protetora (contato), que formam uma barreira na planta, e opções sistêmicas, que penetram e circulam nos tecidos, oferecendo ação curativa em estágios iniciais da infecção. A eficácia desses produtos depende diretamente da tecnologia de aplicação e do momento correto da pulverização.

Principais Características

  • Modo de Ação Diversificado: Podem ser classificados como protetores (multissítios), que agem na superfície impedindo a entrada do fungo, ou sistêmicos (sítio-específicos), que são absorvidos pela planta e controlam o patógeno já instalado nos tecidos.
  • Especificidade de Controle: Embora muitos sejam de amplo espectro, as formulações para antracnose possuem ingredientes ativos eficazes especificamente contra o gênero Colletotrichum, visando quebrar o ciclo reprodutivo do fungo.
  • Flexibilidade de Aplicação: Podem ser utilizados tanto no tratamento de sementes (TS), para evitar a introdução do inóculo na área, quanto em pulverizações foliares durante o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da cultura.
  • Interação com Adjuvantes: Frequentemente exigem o uso de adjuvantes de alta qualidade para garantir a aderência e o espalhamento da calda, visto que a antracnose ataca partes da planta de difícil cobertura, como a face inferior das folhas e as vagens.
  • Grupos Químicos Variados: Envolvem diferentes grupos químicos (como estrobilurinas, triazóis e benzimidazóis), o que é fundamental para a rotação de mecanismos de ação e prevenção da resistência fúngica.

Importante Saber

  • Tratamento de Sementes é Crucial: O fungo da antracnose pode sobreviver no interior das sementes e em restos culturais. O uso de fungicidas no tratamento de sementes é a primeira linha de defesa para evitar que a doença se instale logo na emergência da plântula.
  • Monitoramento Climático: A eficiência do fungicida está atrelada às condições ambientais. Em períodos chuvosos e com temperaturas amenas, o intervalo entre as aplicações deve ser reduzido, pois a pressão da doença aumenta exponencialmente.
  • Identificação Correta dos Sintomas: Antes de aplicar, é essencial confirmar a diagnose. Na antracnose do feijão, observe as nervuras na face inferior das folhas, que apresentam necrose escura, e as lesões circulares deprimidas (“olho de perdiz”) nas vagens.
  • Manejo de Resistência: O uso repetitivo do mesmo princípio ativo pode selecionar fungos resistentes. É imperativo rotacionar produtos com diferentes mecanismos de ação (ex: alternar sistêmicos com protetores) para manter a eficácia do controle ao longo das safras.
  • Tecnologia de Aplicação: Como a doença inicia frequentemente nas partes baixas da planta e na face inferior das folhas, a pulverização deve garantir boa penetração no dossel, exigindo pontas de pulverização e volume de calda adequados.
  • Integração com Práticas Culturais: O fungicida não deve ser a única estratégia. O uso de cultivares resistentes, a rotação de culturas e a eliminação de restos culturais infectados potencializam a ação química e reduzem o custo de produção.
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