Doenças do Algodão: Como Identificar e Controlar as 6 Principais
Doenças do algodão: conheça os sintomas e as recomendações de manejo mais adequadas para cada uma delas. Confira!
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Os fungicidas para algodão são defensivos agrícolas, de origem química ou biológica, formulados especificamente para inibir o desenvolvimento ou eliminar fungos fitopatogênicos que atacam a cultura do algodoeiro. No contexto do agronegócio brasileiro, especialmente nas regiões de produção intensiva como o Cerrado (Mato Grosso e Bahia), o uso dessas ferramentas é indispensável devido às condições climáticas de alta umidade e temperatura, que favorecem a rápida proliferação de doenças. O objetivo principal desses produtos é preservar a área foliar da planta, garantindo que a fotossíntese continue eficiente para o enchimento das maçãs e a formação de fibras de qualidade.
A aplicação de fungicidas no algodão é uma prática estratégica dentro do Manejo Integrado de Doenças (MID). Doenças como a Mancha de Ramulária (Ramularia areola), considerada hoje o principal desafio sanitário da cotonicultura nacional, podem causar desfolha severa e precoce se não controladas, resultando em perdas de produtividade que podem chegar a 75% em variedades suscetíveis. Além da Ramulária, os fungicidas são utilizados no controle de outras enfermidades fúngicas importantes, como a Ramulose, a Mancha-alvo e o Mofo-branco, atuando na proteção das estruturas reprodutivas e vegetativas da planta.
Para que sejam eficazes, a utilização desses produtos deve seguir rigorosamente o receituário agronômico, respeitando doses, momentos de aplicação e intervalos de segurança. O manejo químico não atua isoladamente; ele deve ser complementar ao uso de cultivares resistentes, rotação de culturas e tratamento de sementes. A escolha correta do fungicida depende do diagnóstico preciso do patógeno presente na lavoura e do estágio fenológico da cultura, visando sempre a sustentabilidade econômica e ambiental da produção.
Modo de Ação (Sistêmico vs. Contato): Existem fungicidas de contato (protetores), que formam uma barreira na superfície da folha impedindo a entrada do fungo, e sistêmicos, que são absorvidos e translocados pela planta, atuando de dentro para fora e protegendo novos tecidos.
Espectro de Controle: Alguns produtos são sítio-específicos, desenhados para combater patógenos particulares como a Ramularia areola, enquanto outros possuem amplo espectro, auxiliando no manejo de múltiplas doenças simultaneamente.
Efeito Residual: Uma característica crucial é o período residual, ou seja, o tempo que o produto permanece ativo na planta protegendo-a contra novas infecções, o que define o intervalo necessário entre as aplicações.
Mecanismo de Resistência: Os fungicidas são classificados por grupos químicos (como estrobilurinas, triazóis e carboxamidas) e mecanismos de ação distintos, fundamentais para o planejamento da rotação de ativos e prevenção da resistência fúngica.
Formulação e Tecnologia: As formulações modernas buscam facilitar a mistura em tanque, melhorar a aderência do produto às folhas cerosas do algodoeiro e garantir estabilidade mesmo sob condições adversas de clima.
Monitoramento do Baixeiro: A maioria das doenças fúngicas do algodão, como a Ramulária, inicia-se nas folhas inferiores (baixeiro). A aplicação deve ocorrer assim que os primeiros sintomas forem detectados ou de forma preventiva, baseada no histórico da área e condições climáticas.
Tecnologia de Aplicação: Devido ao porte arbustivo e ao fechamento das entrelinhas do algodoeiro, garantir que o fungicida atinja as folhas do baixeiro é um desafio. O uso de pontas de pulverização adequadas e adjuvantes é essencial para uma cobertura eficiente.
Rotação de Mecanismos de Ação: O uso repetitivo do mesmo princípio ativo aumenta drasticamente o risco de selecionar fungos resistentes. É mandatório rotacionar grupos químicos diferentes (ex: alternar triazóis com multissítios) para preservar a eficácia das moléculas.
Momento da Aplicação: As aplicações preventivas geralmente apresentam melhor custo-benefício do que as curativas. Uma vez que a doença causa necrose e desfolha, o tecido vegetal perdido não se regenera, impactando diretamente a produtividade final.
Interação com Outros Produtos: É comum a necessidade de misturar fungicidas com inseticidas ou reguladores de crescimento. Verificar a compatibilidade física e química no tanque é vital para evitar fitotoxidez ou perda de eficiência dos produtos.
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