Software de Agricultura de Precisão: Como Escolher a Melhor Ferramenta
Software para agricultura de precisão: como funciona, como escolher e como melhorar sua administração rural com ele!
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O Georreferenciamento Agrícola é o processo técnico de atribuir coordenadas geográficas (latitude e longitude) a dados, objetos ou áreas específicas dentro de uma propriedade rural. No contexto da produção moderna, ele atua como a espinha dorsal da Agricultura de Precisão (AP), permitindo que o produtor rural deixe de gerenciar a lavoura pela média e passe a tratá-la com base na variabilidade espacial. Essa técnica utiliza sistemas de navegação por satélite, conhecidos como GNSS (que englobam o GPS americano, o GLONASS russo, entre outros), para localizar com exatidão onde cada evento agronômico ocorre no campo.
No cenário do agronegócio brasileiro, o termo é frequentemente associado a duas vertentes distintas, porém complementares. A primeira é a legal, exigida pelo INCRA para a regularização fundiária e definição precisa dos limites da propriedade (Lei 10.267/01). A segunda, foco deste conteúdo, é a operacional ou agronômica. Nesta vertente, o georreferenciamento é a ferramenta que permite transformar dados brutos coletados por máquinas, drones ou amostradores de solo em mapas de gestão. É através dele que um software de Sistema de Informação Geográfica (SIG) consegue sobrepor diferentes camadas de informação, como fertilidade do solo e mapas de colheita, para gerar prescrições agronômicas assertivas.
A aplicação prática dessa tecnologia revoluciona a tomada de decisão. Ao georreferenciar uma amostra de solo ou uma reboleira de pragas, o agrônomo não apenas identifica o problema, mas sabe exatamente onde ele está e qual a sua extensão. Isso viabiliza a aplicação de insumos em taxa variável, onde a máquina aplica a dose exata de fertilizante ou defensivo apenas onde é necessário, otimizando custos e reduzindo o impacto ambiental. Sem o georreferenciamento, a automação de máquinas e a análise detalhada de talhões seriam impossíveis.
Uso de Constelações GNSS: Utiliza múltiplos sistemas de satélites (GPS, GLONASS, GALILEO, BEIDOU) para garantir a triangulação e o posicionamento preciso das máquinas e dados em qualquer lugar do Brasil.
Base para Sistemas de Informação Geográfica (SIG): Transforma dados numéricos em informações visuais espacializadas, permitindo a criação de mapas de produtividade, fertilidade, compactação e infestação.
Viabilização da Taxa Variável: É o pré-requisito técnico para que máquinas agrícolas possam ler mapas de prescrição e alterar automaticamente a dosagem de sementes ou insumos conforme o deslocamento no talhão.
Rastreabilidade de Operações: Permite o registro histórico exato de onde, quando e como cada operação agrícola foi realizada, desde o plantio até a colheita.
Segmentação de Talhões: Possibilita a divisão virtual da fazenda em grades amostrais ou zonas de manejo, facilitando a gestão localizada de grandes extensões de terra.
Diferenciação de Conceitos: É crucial não confundir o georreferenciamento para fins de certificação de imóvel rural (INCRA) com o georreferenciamento operacional da Agricultura de Precisão; embora usem tecnologias similares, possuem finalidades e rigores técnicos distintos.
Níveis de Precisão: A precisão do georreferenciamento varia conforme o equipamento; para operações críticas como plantio, muitas vezes é necessário o uso de correções de sinal (como RTK) para atingir precisão centimétrica e evitar sobreposições.
Qualidade dos Dados: Um dado georreferenciado incorretamente (erro de GPS ou “ruído”) pode gerar mapas distorcidos; o processamento e a limpeza dos dados em softwares de SIG são etapas obrigatórias antes da tomada de decisão.
Interoperabilidade: Para que o georreferenciamento seja útil, os arquivos gerados (geralmente Shapefiles ou ISOXML) devem ser compatíveis entre os diferentes softwares de gestão e os monitores das máquinas agrícolas.
Conectividade no Campo: Embora o georreferenciamento funcione via satélite (sinal de GPS), a transmissão desses dados em tempo real para o escritório depende de conectividade (internet/4G) na fazenda, um desafio ainda presente em muitas regiões do Brasil.
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