O que é Germinacao Do Feijao Etapas

A germinação do feijão (Phaseolus vulgaris) compreende a sequência de eventos fisiológicos e metabólicos que transformam a semente em uma plântula capaz de sobreviver e se desenvolver de forma autônoma. No contexto agronômico brasileiro, entender essas etapas é fundamental, pois o feijoeiro é uma cultura de ciclo curto (geralmente de 75 a 90 dias), onde qualquer falha no estabelecimento inicial do estande compromete irreversivelmente o potencial produtivo da lavoura. O processo se inicia com a absorção de água pela semente e termina com a emissão das primeiras folhas verdadeiras e a independência das reservas dos cotilédones.

O processo de germinação do feijão é classificado como epígeo, o que significa que os cotilédones são elevados acima da superfície do solo pelo alongamento do hipocótilo. As etapas biológicas principais dividem-se em três fases: a embebição (rápida absorção de água), a ativação metabólica (mobilização de reservas) e o crescimento do eixo embrionário (protrusão da radícula). Para o produtor rural, o sucesso dessas etapas define a uniformidade da lavoura, fator crítico para o manejo fitossanitário e para a colheita mecanizada, especialmente considerando as três safras anuais praticadas no Brasil.

Problemas durante as etapas de germinação, como os citados no contexto de secas em Minas Gerais e São Paulo ou excesso de chuvas no Sul, afetam diretamente a densidade de plantas. Se a germinação for desuniforme ou interrompida, o produtor enfrenta o surgimento de “falhas” ou plantas dominadas, que produzem menos. Portanto, o monitoramento das condições de solo e clima antes da semeadura é uma prática de gestão de risco essencial para garantir que a semente cumpra todas as etapas fisiológicas sem estresse hídrico ou térmico.

Principais Características

  • Tipo de Germinação Epígea: Diferente de gramíneas como o milho, o feijão expõe seus cotilédones fora do solo, o que torna a plântula mais vulnerável a danos mecânicos, encrostamento superficial do solo e ataque de pragas iniciais.
  • Fase de Embebição (Fase I): É a etapa física onde a semente absorve água passivamente, aumentando de volume e rompendo o tegumento; exige umidade do solo adequada para não interromper o processo.
  • Emissão da Radícula: Marca o início visível da germinação, onde a raiz primária rompe o tegumento e fixa a planta ao solo, permitindo a absorção de água e nutrientes.
  • Formação da Alça do Hipocótilo: O caule forma uma curvatura (alça) para romper a camada de solo e proteger as folhas primordiais durante a emergência até a superfície.
  • Expansão dos Cotilédones: Após a emergência, os cotilédones se abrem e realizam fotossíntese limitada até que as folhas primárias (estádio V2) assumam a produção de energia, momento em que as reservas da semente se esgotam.

Importante Saber

  • Profundidade de Semeadura: Devido à característica epígea, a semente não deve ser plantada muito profunda (ideal entre 3 a 4 cm); profundidades excessivas gastam muita energia da semente para romper o solo, resultando em plântulas fracas ou morte antes da emergência.
  • Temperatura do Solo: A temperatura ideal para as etapas de germinação do feijão situa-se entre 20°C e 30°C; temperaturas abaixo de 12°C retardam drasticamente o processo e expõem a semente a patógenos do solo por mais tempo.
  • Vigor da Semente: Sementes com alto vigor completam as etapas de germinação mais rapidamente e de forma mais uniforme, superando melhor condições adversas como o estresse hídrico ou compactação leve.
  • Tratamento de Sementes: Como os cotilédones ficam expostos, o tratamento industrial de sementes (TIS) com fungicidas e inseticidas é crucial para proteger a plântula contra pragas de solo e doenças iniciais durante as etapas vulneráveis da germinação.
  • Impacto do Encrostamento: Solos siltosos ou argilosos que formam crostas superficiais após chuvas intensas podem impedir fisicamente a emergência da alça do hipocótilo, exigindo intervenção mecânica rápida para “quebrar” a crosta e salvar o estande.
  • Umidade Crítica: O feijão exige que a semente atinja cerca de 50% de umidade para germinar; a falta de água na fase de embebição pode causar a morte do embrião, enquanto o excesso (encharcamento) provoca falta de oxigênio e apodrecimento.
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