O que é Gesso Formula

A “Gesso Formula” refere-se aos métodos matemáticos e agronômicos utilizados para determinar a dose correta de gesso agrícola (sulfato de cálcio di-hidratado) a ser aplicada no solo. Diferente da calagem, que visa corrigir a acidez (pH) na camada superficial, o cálculo da gessagem tem como objetivo principal o condicionamento do ambiente radicular em subsuperfície (geralmente abaixo de 20 cm), reduzindo a toxidez por alumínio e fornecendo cálcio e enxofre em profundidade.

No contexto do agronegócio brasileiro, especialmente em solos de Cerrado que são naturalmente ácidos e com altos teores de alumínio, a aplicação correta dessas fórmulas é vital. O uso indiscriminado ou o cálculo errado pode levar ao desequilíbrio de bases, lixiviando nutrientes importantes como potássio e magnésio. Portanto, a “fórmula do gesso” não é única; ela varia de acordo com a região, o tipo de cultura (anual ou perene) e a textura do solo, sendo baseada em análises químicas detalhadas das camadas mais profundas do perfil do solo.

Principais Características

  • Baseada na Textura do Solo: A fórmula mais difundida no Brasil considera o teor de argila do solo. Para culturas anuais, utiliza-se frequentemente a equação NG (kg/ha) = 50 \times Argila (%), enquanto para culturas perenes, o fator multiplicador pode ser maior (ex: 75).
  • Foco na Subsuperfície: Ao contrário das fórmulas de calagem que olham para a camada de 0-20 cm, o cálculo de gessagem exige a análise da camada de 20-40 cm ou até 40-60 cm, onde o alumínio tóxico impede o crescimento das raízes.
  • Método do Fósforo Remanescente (P_{rem}): Em algumas regiões, como Minas Gerais, utiliza-se uma fórmula baseada na capacidade tampão do solo (indicada pelo P_{rem}) para definir a necessidade de gesso, oferecendo maior precisão em solos com mineralogia variada.
  • Saturação por Bases: Existe também o método que visa elevar a saturação por bases na subsuperfície, buscando atingir níveis específicos de cálcio e reduzir a saturação por alumínio para valores toleráveis pelas plantas.
  • Mobilidade Vertical: O gesso calculado por essas fórmulas é altamente solúvel comparado ao calcário, permitindo que o sulfato desça no perfil do solo, carreado pela água, levando consigo o cálcio e neutralizando o alumínio em profundidade.

Importante Saber

  • Amostragem Profunda é Obrigatória: Para aplicar qualquer fórmula de gesso com segurança, é indispensável realizar a análise de solo da camada de 20-40 cm. Aplicar gesso baseando-se apenas na camada superficial pode resultar em erros graves de manejo.
  • Risco de Lixiviação: O superdimensionamento da dose (erro de cálculo na fórmula) pode causar a “lavagem” de cátions importantes, como o Potássio (K) e o Magnésio (Mg), para camadas onde as raízes não alcançam, gerando deficiência nutricional.
  • Não Corrige pH: É fundamental entender que a fórmula do gesso não serve para corrigir o pH do solo. O gesso é um condicionador de subsuperfície, não um corretivo de acidez. A calagem deve ser feita antes ou em conjunto, conforme a necessidade.
  • Aumento da Resistência à Seca: O principal benefício prático da aplicação correta é o aprofundamento do sistema radicular (a “caixa d’água” da planta aumenta), tornando a lavoura mais resistente a veranicos, comuns em diversas regiões produtoras do Brasil.
  • Aplicação em Sistema de Plantio Direto (SPD): O gesso pode ser aplicado a lanço na superfície sem necessidade de incorporação mecânica, pois a água da chuva se encarrega de levar o produto para as camadas inferiores, preservando a estrutura do solo.
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