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O que é glifosato

O glifosato é um herbicida sistêmico, de ação não seletiva (em sua aplicação convencional) e de pós-emergência, amplamente reconhecido como o defensivo agrícola mais utilizado no Brasil e no mundo. Pertencente ao grupo químico das glicinas substituídas, sua ação baseia-se na inibição da enzima EPSPS, essencial para a síntese de aminoácidos aromáticos nas plantas. Ao bloquear essa via metabólica, o produto interrompe o desenvolvimento da planta, levando-a à morte de forma gradual, atingindo desde as folhas até o sistema radicular devido à sua alta capacidade de translocação.

No contexto do agronegócio brasileiro, o glifosato é uma ferramenta estrutural, sendo fundamental para a viabilidade do Sistema de Plantio Direto (SPD), pois permite a dessecação eficiente da cobertura vegetal antes da semeadura sem revolver o solo. Além disso, sua relevância foi ampliada com a introdução de culturas geneticamente modificadas com a tecnologia RR (Roundup Ready), como soja e milho, que toleram a aplicação do herbicida. Isso possibilitou o controle de plantas daninhas em pós-emergência da cultura, simplificando o manejo operacional nas grandes lavouras.

Contudo, a dependência excessiva desta molécula trouxe desafios agronômicos e regulatórios. O uso repetitivo e sem rotação de mecanismos de ação acelerou a seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes, como a buva e o capim-amargoso, exigindo que o produtor adote estratégias de manejo integrado. Além disso, o produto passa por constantes reavaliações toxicológicas por órgãos como a Anvisa, mantendo-se no centro de debates sobre segurança ambiental e saúde pública, embora continue sendo um insumo vital para a produtividade nacional.

Principais Características

  • Mecanismo de Ação: Atua inibindo a enzima EPSPS (Enolpiruvilshikimato-fosfato sintase), impedindo a produção de proteínas essenciais para a sobrevivência da planta.

  • Translocação Sistêmica: Após ser absorvido pelas folhas e partes verdes, o produto circula pela planta através do floema, atingindo raízes, rizomas e tubérculos, o que o torna excelente para controlar plantas perenes.

  • Espectro de Controle: Apresenta alta eficácia sobre um vasto número de espécies, controlando tanto gramíneas (folhas estreitas) quanto latifoliadas (folhas largas).

  • Comportamento no Solo: É rapidamente adsorvido pelas partículas do solo (argila e matéria orgânica), tornando-se inativo e sem efeito residual significativo para as culturas subsequentes na maioria dos solos brasileiros.

  • Produto Pós-Patente: Por ter sua patente expirada, é considerado uma commodity no mercado de defensivos, com diversas opções de marcas comerciais e genéricos, oferecendo custo-benefício competitivo.

  • Seletividade Condicionada: É não seletivo para a maioria das plantas, exceto para culturas geneticamente modificadas (tecnologia RR) que possuem mecanismos de tolerância à molécula.

Importante Saber

  • Manejo de Resistência: O uso exclusivo e contínuo de glifosato selecionou populações de plantas daninhas resistentes (ex: Buva e Azevém). É crucial rotacionar com outros herbicidas e mecanismos de ação para preservar a tecnologia.

  • Qualidade da Aplicação: A eficácia do glifosato pode ser reduzida por água de má qualidade (água dura ou com excesso de argila em suspensão). O uso de condicionadores de calda e adjuvantes adequados é recomendado.

  • Momento de Aplicação: Para garantir a translocação eficiente, as plantas daninhas devem estar em pleno desenvolvimento vegetativo, sem estresse hídrico e livres de poeira sobre as folhas.

  • Escolha do Produto: Existem diferentes formulações (sais de isopropilamina, potássio, amônio) e concentrações no mercado. Ao comparar preços entre genéricos e marcas, verifique sempre a concentração de equivalente ácido por litro.

  • Intervalo de Chuva: Por ser sistêmico, o produto precisa de um tempo para ser absorvido (geralmente de 4 a 6 horas, dependendo da formulação) antes que ocorra chuva, para evitar a lavagem do produto.

  • Deriva: Deve-se ter extremo cuidado na aplicação próxima a culturas sensíveis não-RR, pois a deriva pode causar fitotoxicidade severa e perdas produtivas irreversíveis em lavouras vizinhas.

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