Módulo 2 - Aula 2: Resistência de Plantas Daninhas a Herbicidas
Aprenda a identificar e manejar a resistência de plantas daninhas a herbicidas, diferenciando-a da tolerância e conhecendo os principais biótipos resi...
11 artigos encontrados com a tag " Glifosato"
Temos um artigo detalhado e exclusivo sobre este assunto.
Ler o Guia Principal sobre Glifosato →O glifosato é um herbicida sistêmico, de ação não seletiva (em sua aplicação convencional) e de pós-emergência, amplamente reconhecido como o defensivo agrícola mais utilizado no Brasil e no mundo. Pertencente ao grupo químico das glicinas substituídas, sua ação baseia-se na inibição da enzima EPSPS, essencial para a síntese de aminoácidos aromáticos nas plantas. Ao bloquear essa via metabólica, o produto interrompe o desenvolvimento da planta, levando-a à morte de forma gradual, atingindo desde as folhas até o sistema radicular devido à sua alta capacidade de translocação.
No contexto do agronegócio brasileiro, o glifosato é uma ferramenta estrutural, sendo fundamental para a viabilidade do Sistema de Plantio Direto (SPD), pois permite a dessecação eficiente da cobertura vegetal antes da semeadura sem revolver o solo. Além disso, sua relevância foi ampliada com a introdução de culturas geneticamente modificadas com a tecnologia RR (Roundup Ready), como soja e milho, que toleram a aplicação do herbicida. Isso possibilitou o controle de plantas daninhas em pós-emergência da cultura, simplificando o manejo operacional nas grandes lavouras.
Contudo, a dependência excessiva desta molécula trouxe desafios agronômicos e regulatórios. O uso repetitivo e sem rotação de mecanismos de ação acelerou a seleção de biótipos de plantas daninhas resistentes, como a buva e o capim-amargoso, exigindo que o produtor adote estratégias de manejo integrado. Além disso, o produto passa por constantes reavaliações toxicológicas por órgãos como a Anvisa, mantendo-se no centro de debates sobre segurança ambiental e saúde pública, embora continue sendo um insumo vital para a produtividade nacional.
Mecanismo de Ação: Atua inibindo a enzima EPSPS (Enolpiruvilshikimato-fosfato sintase), impedindo a produção de proteínas essenciais para a sobrevivência da planta.
Translocação Sistêmica: Após ser absorvido pelas folhas e partes verdes, o produto circula pela planta através do floema, atingindo raízes, rizomas e tubérculos, o que o torna excelente para controlar plantas perenes.
Espectro de Controle: Apresenta alta eficácia sobre um vasto número de espécies, controlando tanto gramíneas (folhas estreitas) quanto latifoliadas (folhas largas).
Comportamento no Solo: É rapidamente adsorvido pelas partículas do solo (argila e matéria orgânica), tornando-se inativo e sem efeito residual significativo para as culturas subsequentes na maioria dos solos brasileiros.
Produto Pós-Patente: Por ter sua patente expirada, é considerado uma commodity no mercado de defensivos, com diversas opções de marcas comerciais e genéricos, oferecendo custo-benefício competitivo.
Seletividade Condicionada: É não seletivo para a maioria das plantas, exceto para culturas geneticamente modificadas (tecnologia RR) que possuem mecanismos de tolerância à molécula.
Manejo de Resistência: O uso exclusivo e contínuo de glifosato selecionou populações de plantas daninhas resistentes (ex: Buva e Azevém). É crucial rotacionar com outros herbicidas e mecanismos de ação para preservar a tecnologia.
Qualidade da Aplicação: A eficácia do glifosato pode ser reduzida por água de má qualidade (água dura ou com excesso de argila em suspensão). O uso de condicionadores de calda e adjuvantes adequados é recomendado.
Momento de Aplicação: Para garantir a translocação eficiente, as plantas daninhas devem estar em pleno desenvolvimento vegetativo, sem estresse hídrico e livres de poeira sobre as folhas.
Escolha do Produto: Existem diferentes formulações (sais de isopropilamina, potássio, amônio) e concentrações no mercado. Ao comparar preços entre genéricos e marcas, verifique sempre a concentração de equivalente ácido por litro.
Intervalo de Chuva: Por ser sistêmico, o produto precisa de um tempo para ser absorvido (geralmente de 4 a 6 horas, dependendo da formulação) antes que ocorra chuva, para evitar a lavagem do produto.
Deriva: Deve-se ter extremo cuidado na aplicação próxima a culturas sensíveis não-RR, pois a deriva pode causar fitotoxicidade severa e perdas produtivas irreversíveis em lavouras vizinhas.
Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Glifosato

Aprenda a identificar e manejar a resistência de plantas daninhas a herbicidas, diferenciando-a da tolerância e conhecendo os principais biótipos resi...
O que é glifosato e como funciona o herbicida mais usado no Brasil? Entenda sua ação, como aplicar e controlar plantas daninhas com eficiência.
Glifosato: entenda como funciona, quando aplicar e quais cuidados tomar. Guia completo para uso seguro e eficiente no controle de plantas daninhas, o herbici...
Descubra como usar glifosato corretamente e aumentar a eficiência no controle de plantas daninhas. Dosagem, aplicação, resistência e 7 técnicas práticas para...
Vassourinha-de-botão: conheça as características da planta daninha, os danos causados nas culturas, produtos indicados para controle e mais!
Resistência de plantas daninhas a herbicidas: o que é, quais os principais mecanismo e como evitar esse problema em sua lavoura.
Herbicida para milho: Quais produtos mais indicados, época de aplicação e outras orientações para o bom controle sem problemas de injúrias na lavoura.
Soja RR: saiba sua história, como é feita, como funciona e as principais dicas para tirar o máximo proveito de sua lavoura de soja.
Glifosato é o herbicida mais usado no Brasil. Aprenda para que serve, como aplicar corretamente, doses e cuidados essenciais na lavoura. Guia completo!
Controle da buva resistente a glifosato é essencial para um bom desenvolvimento da lavoura. Neste artigo listamos as melhores práticas para controle
Defensivos de marca às vezes são até 3 vezes mais caros que os genéricos. Será que vale o investimento?