O que é Glifosato Herbicida

O glifosato é um herbicida sistêmico, não seletivo e de amplo espectro, amplamente reconhecido como a molécula mais utilizada na agricultura brasileira e mundial. Sua função principal é o controle de plantas daninhas, atuando tanto em espécies anuais quanto perenes, gramíneas e folhas largas. Por ser sistêmico, o produto é absorvido pelas folhas e translocado por toda a planta através do floema e xilema, atingindo raízes, rizomas e tubérculos, o que garante uma eliminação eficiente da invasora e impede a rebrota.

No contexto do agronegócio brasileiro, o glifosato desempenha um papel fundamental, especialmente na viabilização do Sistema de Plantio Direto (SPD). Ele permite a dessecação da cobertura vegetal antes da semeadura sem a necessidade de revolvimento mecânico do solo, preservando sua estrutura e umidade. Além disso, seu uso é extensivo em culturas geneticamente modificadas (transgênicas), como soja, milho e algodão, que possuem tecnologia de resistência à molécula, permitindo aplicações em pós-emergência da cultura para o manejo de matocompetição sem causar fitotoxicidade à lavoura comercial.

Quimicamente, trata-se de um inibidor da enzima EPSPs (5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfato sintase), essencial na rota de síntese de aminoácidos aromáticos em plantas. Como essa rota metabólica não existe em animais, o glifosato apresenta uma toxicidade seletiva, afetando especificamente o metabolismo vegetal. Após a aplicação, a planta para de crescer e morre gradualmente, processo que pode levar de alguns dias a semanas, dependendo das condições climáticas e do estágio de desenvolvimento da planta alvo.

Principais Características

  • Ação sistêmica: Após a absorção foliar, o princípio ativo circula pelos vasos condutores da planta, atingindo pontos de crescimento e raízes, sendo ideal para controlar plantas perenes.
  • Espectro de controle: É classificado como não seletivo, sendo eficaz contra uma vasta gama de plantas daninhas, eliminando a maioria das espécies vegetais que não possuem resistência genética.
  • Aplicação em pós-emergência: O produto deve ser aplicado sobre plantas que já germinaram e estão vegetando ativamente, pois sua entrada ocorre via tecidos verdes.
  • Inativação no solo: O glifosato adsorve-se fortemente às partículas do solo (argila e matéria orgânica), perdendo sua atividade herbicida rapidamente e não afetando o banco de sementes no solo (não possui efeito residual).
  • Mecanismo de ação: Atua na inibição da enzima EPSPs, bloqueando a produção de aminoácidos essenciais (fenilalanina, tirosina e triptofano), levando ao colapso metabólico da planta.

Importante Saber

  • Manejo de resistência: O uso contínuo e exclusivo de glifosato selecionou biótipos de plantas daninhas resistentes no Brasil (como a buva e o azevém), exigindo a rotação de mecanismos de ação e o uso de herbicidas pré-emergentes.
  • Qualidade da água: A eficiência do glifosato pode ser drasticamente reduzida em caldas preparadas com água turva (com argila em suspensão) ou com pH inadequado, exigindo correção da água no tanque de pulverização.
  • Condições climáticas: Para garantir a absorção, é necessário um período sem chuvas após a aplicação (geralmente de 4 a 6 horas, dependendo da formulação) e evitar aplicações em plantas sob estresse hídrico severo.
  • Risco de deriva: Por ser um herbicida não seletivo, deve-se ter extremo cuidado com a deriva durante a aplicação para evitar danos em culturas vizinhas sensíveis ou áreas de preservação permanente.
  • Intervalo de dessecação: No manejo pré-plantio, é fundamental respeitar o intervalo entre a aplicação e a semeadura para evitar efeitos alelopáticos da massa verde em decomposição sobre a germinação da cultura de interesse.
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