O que é Glifosato Mata Grama

A expressão “Glifosato Mata Grama” refere-se à capacidade e à utilização do herbicida glifosato especificamente para o controle de plantas da família das gramíneas (Poaceae). No contexto agronômico brasileiro, o glifosato é um herbicida sistêmico, não seletivo e de amplo espectro, o que significa que ele é altamente eficiente na eliminação de uma vasta gama de vegetação, sendo particularmente letal para gramíneas anuais e perenes. Sua ação ocorre através da inibição da enzima EPSPs, interrompendo a produção de aminoácidos essenciais e levando a planta à morte gradual.

A eficácia do glifosato contra gramíneas deve-se à sua característica de translocação. Ao ser pulverizado nas folhas, o produto é absorvido e transportado pelo floema até as raízes, rizomas e estolões. Isso é fundamental no manejo de gramíneas de difícil controle ou perenes, pois impede o rebrote, garantindo uma “limpeza” eficiente da área. Por essa razão, é a ferramenta padrão na dessecação pré-plantio no sistema de plantio direto, eliminando a cobertura vegetal existente (muitas vezes composta por gramíneas forrageiras ou invasoras) para permitir a semeadura da cultura comercial no limpo.

No entanto, é crucial entender que, por ser não seletivo, o glifosato eliminará qualquer gramínea que não possua resistência genética (transgenia) ao produto. Isso inclui tanto as plantas daninhas alvo (como capim-amargoso ou azevém, salvo casos de resistência adquirida) quanto culturas comerciais sensíveis como milho convencional, trigo ou pastagens formadas, caso haja deriva ou aplicação equivocada. Portanto, seu uso para “matar grama” deve ser estratégico, visando o manejo de invasoras ou a renovação de áreas, e nunca aplicado sobre culturas de gramíneas não tolerantes.

Principais Características

  • Ação Sistêmica: O produto circula por toda a planta, das folhas às raízes, sendo extremamente eficaz contra gramíneas que possuem estruturas de reserva subterrâneas, evitando a rebrota.
  • Não Seletividade: O glifosato não distingue entre uma planta daninha e uma cultura comercial (exceto transgênicos RR), eliminando a maioria das espécies vegetais verdes com as quais entra em contato.
  • Aplicação em Pós-emergência: Para funcionar, o herbicida precisa atingir a parte aérea da planta (folhas verdes); ele não tem efeito sobre sementes de gramíneas que ainda estão no solo (banco de sementes).
  • Inativação no Solo: Ao entrar em contato com o solo, o glifosato é rapidamente adsorvido pelas partículas de argila e matéria orgânica, perdendo seu efeito herbicida, o que permite o plantio de outras culturas logo após a dessecação.
  • Sintomas Graduais: A morte da gramínea não é imediata; os sintomas de amarelamento (clorose) e murcha começam dias após a aplicação, com a necrose total podendo levar até duas semanas.

Importante Saber

  • Manejo de Resistência: O uso contínuo e exclusivo de glifosato selecionou biótipos de gramíneas resistentes no Brasil, como o azevém (Lolium multiflorum) e o capim-amargoso (Digitaria insularis), exigindo rotação de mecanismos de ação.
  • Estádio da Planta: A eficiência é máxima quando as gramíneas estão em pleno desenvolvimento vegetativo e sem estresse hídrico; aplicar em plantas velhas, secas ou empoeiradas reduz drasticamente a absorção.
  • Risco de Deriva: Como “mata grama” e outras plantas, a aplicação deve ser feita com cuidado extremo para que o vento não leve o produto para lavouras vizinhas ou áreas de pastagem que não devem ser eliminadas.
  • Qualidade da Água: A eficácia do glifosato pode ser comprometida se a água da calda tiver pH muito elevado ou excesso de sais (água dura), sendo muitas vezes necessário o uso de redutores de pH ou condicionadores de calda.
  • Intervalo de Chuva: É necessário um período sem chuvas após a aplicação (geralmente de 4 a 6 horas, dependendo da formulação) para garantir que a planta absorva a quantidade letal do produto antes que ele seja lavado.
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