O que é Glifosato Veneno

O termo “Glifosato Veneno” é frequentemente utilizado em buscas populares para se referir aos aspectos toxicológicos e de segurança do herbicida glifosato, o defensivo agrícola mais utilizado na agricultura brasileira e mundial. Tecnicamente, o glifosato é um composto organofosforado que atua como ingrediente ativo em centenas de formulações comerciais. Embora o termo “veneno” seja coloquial, na agronomia ele é classificado como um agrotóxico ou defensivo agrícola, sujeito a rigorosas regulamentações pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), IBAMA e Ministério da Agricultura para garantir seu uso seguro no campo.

A toxicidade do glifosato é baseada em um mecanismo de “toxicidade seletiva”. O produto age inibindo a enzima 5-enolpiruvilshiquimato-3-fosfato sintase (EPSPs), fundamental na rota do ácido chiquímico para a síntese de aminoácidos aromáticos essenciais à vida das plantas. O ponto crucial é que essa rota metabólica específica existe em plantas, fungos e algumas bactérias, mas está ausente em animais e seres humanos. Isso significa que o mecanismo primário de ação do herbicida não afeta diretamente a biologia humana da mesma forma que afeta os vegetais, embora o manuseio incorreto e a exposição direta sem proteção apresentem riscos à saúde, exigindo classificação toxicológica adequada.

No contexto do agronegócio brasileiro, o debate sobre a toxicidade do glifosato envolve a correta classificação dos produtos comerciais (que variam de faixas de perigo conforme a concentração e formulação) e a necessidade absoluta de boas práticas agrícolas. O produto é uma ferramenta essencial para o Sistema de Plantio Direto, permitindo o manejo de dessecação sem revolvimento do solo. Portanto, compreender sua natureza química e seus riscos é vital para que o produtor rural utilize a tecnologia de forma a maximizar a eficiência agronômica enquanto protege a saúde do aplicador e o meio ambiente.

Principais Características

  • Mecanismo de Ação Específico: Atua inibindo a enzima EPSPs, bloqueando a produção de aminoácidos essenciais (fenilalanina, tirosina e triptofano), levando a planta à morte gradual por inanição proteica.
  • Ação Sistêmica: Após a absorção pelas folhas, o glifosato transloca-se pelo floema e xilema para toda a planta, atingindo raízes, rizomas e meristemas, o que garante o controle total da planta daninha e não apenas a queima das folhas.
  • Não Seletividade: É um herbicida de amplo espectro que controla a grande maioria das plantas anuais e perenes, tanto gramíneas quanto folhas largas, exceto culturas geneticamente modificadas para resistir a ele.
  • Inativação no Solo: Uma característica importante é que o glifosato tende a se adsorver fortemente às partículas de argila e matéria orgânica do solo, tornando-se indisponível para absorção pelas raízes e não afetando o banco de sementes.
  • Classificação Toxicológica: Os produtos à base de glifosato possuem classificações que variam conforme a formulação, exigindo leitura atenta da bula para identificar a categoria de risco (faixas coloridas na embalagem).

Importante Saber

  • Uso Obrigatório de EPIs: Devido à natureza química do produto, a aplicação exige o uso completo de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para evitar contato dérmico, ocular ou inalação, mitigando riscos de intoxicação do operador.
  • Manejo de Resistência: O uso contínuo e exclusivo de glifosato selecionou biótipos de plantas daninhas resistentes no Brasil, como a Buva (Conyza spp.) e o Azevém (Lolium multiflorum), exigindo rotação de mecanismos de ação.
  • Tecnologia de Aplicação: A eficácia depende da qualidade da água (pH e dureza), condições climáticas adequadas e regulagem correta do pulverizador para evitar deriva, que pode causar fitotoxicidade severa em culturas vizinhas não tolerantes.
  • Intervalo de Segurança: É fundamental respeitar o período de carência (intervalo entre a última aplicação e a colheita) e o intervalo de reentrada na lavoura para garantir a segurança alimentar e a saúde dos trabalhadores.
  • Legislação e Bula: O uso do glifosato deve seguir estritamente as recomendações da bula e do receituário agronômico, respeitando as doses máximas permitidas e as culturas autorizadas para evitar resíduos acima do limite permitido.
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