Pragas do Arroz: Como Identificar e Controlar as 6 Principais Ameaças
Pragas do arroz: saiba quais as principais pragas, como identificá-las, técnicas de amostragem e mais. Confira agora mesmo!
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O Gorgulho-Aquático (Oryzophagus oryzae), popularmente conhecido no Brasil como bicheira-do-arroz ou bicheira-da-raiz, é um inseto da ordem Coleoptera considerado uma das pragas mais severas e economicamente impactantes na cultura do arroz irrigado. Sua ocorrência é generalizada nas regiões produtoras brasileiras, especialmente no Rio Grande do Sul, onde o sistema de cultivo inundado favorece o seu ciclo biológico. O inseto possui duas fases distintas de ataque: a fase adulta, que se alimenta das folhas, e a fase larval, que ataca o sistema radicular submerso.
Embora o adulto cause danos visíveis na parte aérea, é a larva que representa o maior perigo para a produtividade da lavoura. Ao se alimentar das raízes, as larvas comprometem a capacidade da planta de absorver água e nutrientes, resultando em redução do porte, amarelamento e, consequentemente, queda no rendimento de grãos. A severidade do ataque está diretamente ligada ao manejo da água e ao histórico da área, exigindo do produtor um monitoramento constante logo após a inundação dos quadros.
O controle desta praga é um desafio técnico constante, pois envolve o entendimento do comportamento do inseto, que possui capacidade de hibernação na entressafra. O manejo inadequado pode levar a perdas significativas, tornando o conhecimento sobre o ciclo de vida do Oryzophagus oryzae uma ferramenta essencial para a tomada de decisão agronômica e a sustentabilidade econômica da orizicultura.
Morfologia do Adulto: Apresenta-se como um besouro de coloração cinza ou pardo-acinzentada, com cerca de 3 a 4 mm de comprimento, que nada ativamente na água dos arrozais.
Sinais de Ataque na Folha: Os adultos alimentam-se do parênquima foliar, deixando cicatrizes longitudinais brancas características (raspagens) nas folhas do arroz.
Ação das Larvas: As larvas são brancas, ápodas (sem pernas) e vivem submersas no solo junto às raízes; elas seccionam as raízes novas, interrompendo o fluxo de seiva.
Sazonalidade: O ataque dos adultos geralmente inicia no período quente, entre setembro e dezembro, coincidindo com o início da safra de arroz irrigado.
Ciclo Reprodutivo: As fêmeas depositam ovos na bainha das folhas submersas; após a eclosão, as larvas descem para o solo para atacar as raízes.
Hibernação: No período de entressafra (inverno), os adultos sobreviventes entram em diapausa (hibernação) em restos culturais (resteva) ou vegetação nativa próxima à lavoura.
Momento do Monitoramento: A vistoria deve ser intensificada cerca de 20 dias após a entrada da água na lavoura (início da irrigação), momento em que surge a primeira geração de larvas.
Nível de Dano Econômico: A recomendação técnica para controle geralmente é acionada quando se encontram, em média, cinco larvas por amostra de solo/raízes; abaixo disso, o custo do controle pode não justificar o benefício.
Sintoma de “Plantas Soltas”: Um teste prático no campo é verificar a fixação das plantas; em áreas muito infestadas, as plantas de arroz se soltam com facilidade ao serem puxadas, devido à destruição do sistema radicular.
Impacto Visual na Lavoura: Plantas atacadas apresentam clorose (amarelamento) e redução de crescimento, sintomas que podem ser confundidos com deficiência nutricional (como nitrogênio), exigindo diagnóstico preciso.
Manejo Integrado: O controle de plantas daninhas nas taipas e canais de irrigação é fundamental, pois servem de abrigo para os adultos durante a hibernação, reduzindo a pressão da praga na safra seguinte.
Gerações por Safra: Normalmente ocorrem duas gerações de larvas durante o ciclo do arroz; a primeira logo após a irrigação e a segunda aproximadamente 70 dias após a emergência das plantas.
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