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O que é Grãos Ardidos

Os grãos ardidos representam uma das principais avarias qualitativas encontradas nas culturas de milho e soja, sendo um fator determinante para a desvalorização comercial do produto no agronegócio brasileiro. Tecnicamente, este termo refere-se a grãos que sofreram processos de fermentação ou aquecimento excessivo, resultando em alterações visíveis de coloração e composição interna. O problema pode ter origem ainda no campo, decorrente do ataque de fungos causadores de podridões (como Fusarium, Stenocarpela e Gibberella), ou ocorrer nas etapas de pós-colheita, devido a falhas na secagem e no armazenamento.

A presença de grãos ardidos é um indicativo direto de perda de qualidade física e sanitária. Além de afetar o peso e a aparência do lote, essa avaria está fortemente associada à contaminação por micotoxinas — substâncias tóxicas produzidas por fungos que representam riscos severos à saúde humana e animal. Por essa razão, a classificação oficial de grãos no Brasil, regida por Instruções Normativas do Ministério da Agricultura (como a IN 60/2011 para milho e a IN 11/2007 para soja), estabelece limites rígidos de tolerância para essa categoria, impactando diretamente a rentabilidade do produtor rural no momento da comercialização.

Principais Características

  • Alteração de Coloração: A característica visual mais marcante é o escurecimento do grão, que pode variar entre tons de marrom, roxo, vermelho ou preto, dependendo do agente causador (fungo ou calor).

  • Definição Específica para Milho: Na cultura do milho, considera-se “ardido” o grão que apresenta escurecimento total por ação de calor, umidade ou fermentação avançada. Grãos apenas parcialmente afetados são classificados em outras categorias, como “fermentados”.

  • Definição Específica para Soja: Para a soja, o grão ardido é aquele visivelmente fermentado e com coloração marrom-escura intensa afetando o cotilédone, diferenciando-se dos grãos “queimados” (dano por calor) e dos levemente fermentados.

  • Perda de Peso e Densidade: Grãos afetados por fungos ou fermentação tendem a ser mais leves e menos densos que os sadios, reduzindo o rendimento final da carga.

  • Associação com Micotoxinas: Existe uma alta correlação entre a incidência de grãos ardidos e a presença de toxinas fúngicas, o que pode inviabilizar o uso do lote para ração animal ou indústria alimentícia.

Importante Saber

  • Legislação e Limites: É fundamental conhecer as Instruções Normativas vigentes (IN 60/2011 para milho e IN 11/2007 para soja), pois elas determinam os percentuais máximos aceitáveis de grãos ardidos antes que descontos severos ou rejeição de carga sejam aplicados.

  • Manejo Preventivo no Campo: O controle começa na lavoura com a escolha de híbridos/cultivares resistentes a podridões de espiga, rotação de culturas, época de semeadura adequada e aplicação correta de fungicidas.

  • Atenção na Colheita: A colheita com teor de umidade inadequado (muito alto) e a má regulagem da colhedora podem causar danos mecânicos que facilitam a entrada de fungos e o processo de fermentação posterior.

  • Riscos na Secagem e Armazenagem: Processos de secagem com temperaturas excessivas ou armazenamento com aeração deficiente podem transformar grãos sadios em ardidos devido ao “estresse térmico” e fermentação na massa de grãos.

  • Diferenciação Técnica: Saber distinguir entre grão ardido, fermentado e queimado é crucial durante a classificação, pois cada defeito possui pesos e tolerâncias diferentes nas tabelas de comercialização.

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