O que é Herbicida De Contato

Os herbicidas de contato são defensivos agrícolas cuja ação se restringe estritamente às partes da planta que recebem a pulverização, causando a morte dos tecidos vegetais atingidos. Diferentemente dos herbicidas sistêmicos (como o glifosato), que são absorvidos e translocados para outras partes da planta através do xilema e floema, os produtos de contato possuem mobilidade praticamente nula dentro do organismo vegetal. Isso significa que eles agem no local de absorção, destruindo as membranas celulares e provocando uma necrose rápida, popularmente conhecida no campo como “queima”.

No contexto da agricultura brasileira, esses herbicidas desempenham um papel fundamental no manejo de plantas daninhas, sendo frequentemente utilizados na dessecação pré-colheita ou no manejo pré-plantio para garantir uma lavoura limpa. Eles são classificados, em sua maioria, como inibidores do Fotossistema I (como o diquat) ou inibidores da PROTOX (como o carfentrazone e o saflufenacil). Devido à sua característica de ação rápida, são ferramentas essenciais para o controle de emergência ou para o manejo de resistência, servindo como alternativa ou complemento aos herbicidas sistêmicos.

A eficácia agronômica de um herbicida de contato depende diretamente da qualidade da aplicação. Como o produto não circula na planta, é necessário cobrir a maior área foliar possível para garantir que a planta daninha seja eliminada. Se a pulverização não atingir todas as folhas ou o ponto de crescimento, a planta pode sobreviver e rebrotar, especialmente em espécies perenes ou em estágios de desenvolvimento avançado. Portanto, o uso dessa tecnologia exige rigor técnico no ajuste de pontas de pulverização e volume de calda.

Principais Características

  • Baixa ou nula translocação: O ingrediente ativo não se move significativamente dentro da planta, atuando apenas onde a gota atinge a superfície foliar, o que exige cobertura total do alvo.
  • Ação rápida (Efeito de Choque): Os sintomas de fitotoxicidade, como manchas encharcadas, clorose e necrose, aparecem poucas horas ou dias após a aplicação, sendo muito mais velozes que os sistêmicos.
  • Dependência da luz solar: Muitos herbicidas de contato, especialmente os inibidores de fotossistema e da PROTOX, necessitam da presença de luz para ativar o processo oxidativo que destrói as membranas celulares.
  • Controle limitado em perenes: Em plantas daninhas perenes (que possuem estruturas de reserva subterrâneas), esses herbicidas geralmente matam apenas a parte aérea, permitindo a rebrota posterior.
  • Alta exigência na tecnologia de aplicação: Requerem um número maior de gotas por centímetro quadrado e, muitas vezes, o uso de adjuvantes específicos para garantir o espalhamento e a penetração na cutícula.

Importante Saber

  • Estágio da planta daninha: A eficiência é máxima quando aplicada em plantas jovens e pequenas (estádio de plântula). Em plantas adultas ou muito desenvolvidas, o efeito de “sombra” (folhas de cima protegendo as de baixo) pode comprometer o controle.
  • Volume de calda e pontas: É crucial utilizar pontas de pulverização que proporcionem boa cobertura (gotas médias a finas, dependendo da deriva) e um volume de calda adequado para “molhar” bem a planta alvo, diferentemente dos sistêmicos que podem funcionar com volumes menores.
  • Manejo de resistência: São ferramentas vitais para rotacionar mecanismos de ação e combater plantas daninhas resistentes ao glifosato, como a buva e o capim-amargoso, sendo frequentemente usados em aplicações sequenciais (manejo outonal ou pré-plantio).
  • Condições climáticas: Embora tenham rápida absorção (o que reduz o risco de lavagem pela chuva pouco tempo após a aplicação), a aplicação em condições de estresse hídrico severo pode reduzir a eficácia devido ao espessamento da cutícula das folhas.
  • Segurança e Toxicidade: Alguns herbicidas de contato possuem alta toxicidade aguda para mamíferos e aplicadores. O uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é inegociável e deve seguir rigorosamente a bula e o receituário agronômico.
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