Dicamba e *Amaranthus palmeri*: Um Guia Completo para o Manejo Seguro e Eficaz
Ervas daninhas: Principais informações e atualizações para que você possa fazer o melhor manejo da sua lavoura.
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O Dicamba é um herbicida sistêmico pertencente ao grupo químico das auxinas sintéticas, compartilhando o mesmo mecanismo de ação de moléculas como o 2,4-D e o triclopyr. Sua atuação consiste em mimetizar os hormônios de crescimento naturais das plantas, provocando uma divisão celular desordenada e acelerada. Esse processo causa deformações nos tecidos, epinastia (encurvamento dos caules) e o colapso metabólico, levando a planta alvo à morte. Historicamente, o produto é seletivo para culturas de folhas estreitas (gramíneas), sendo amplamente utilizado em pastagens, milho e trigo, pois essas plantas possuem mecanismos que limitam a translocação do produto, evitando danos severos.
No cenário atual do agronegócio brasileiro, o Dicamba ganhou novo destaque com o desenvolvimento de biotecnologias que conferem tolerância à soja. Antes restrito ao manejo em pré-plantio ou em culturas de gramíneas, agora é possível utilizá-lo em pós-emergência de cultivares de soja geneticamente modificadas para essa finalidade. Essa característica o transformou em uma ferramenta crucial para o manejo de resistência, oferecendo uma alternativa eficaz para o controle de plantas daninhas de folhas largas (dicotiledôneas) que já não respondem ao glifosato ou a inibidores da ALS.
Mecanismo de Ação Hormonal: Atua como um mimetizador de auxinas, interferindo no crescimento e desenvolvimento da planta, sendo letal para espécies sensíveis.
Espectro de Controle: É altamente eficiente no combate a plantas daninhas de folhas largas, incluindo espécies de difícil controle como a buva (Conyza spp.), o caruru (Amaranthus spp.), a corda-de-viola e a vassourinha-de-botão.
Seletividade: Naturalmente seletivo para gramíneas (milho, trigo, pastagens) e seletivo para soja apenas quando a cultivar possui a tecnologia de tolerância específica (como a plataforma Xtend).
Sistemicidade: O produto é absorvido pelas folhas e raízes, translocando-se via floema e xilema para atingir os pontos de crescimento da planta daninha.
Comportamento Ambiental: Possui características físico-químicas que exigem atenção redobrada quanto à volatilidade e ao potencial de deriva, demandando tecnologias de aplicação específicas.
Condições Climáticas Rigorosas: A aplicação não deve ocorrer com temperaturas acima de 29°C, umidade relativa do ar abaixo de 40% ou ventos superiores a 16 km/h, para minimizar a evaporação e a deriva.
Risco de Deriva: A deriva do Dicamba pode causar prejuízos severos em culturas vizinhas não tolerantes, como soja convencional, feijão, algodão, tomate e uva, que são extremamente sensíveis a traços do herbicida.
Tecnologia de Aplicação: É mandatório o uso de pontas de pulverização com indução de ar que produzam gotas extremamente grossas ou ultra grossas, reduzindo o risco de o produto ser levado pelo vento.
Inversão Térmica: Jamais realizar aplicações durante inversões térmicas (comum no início da manhã ou final da tarde), pois as gotículas podem ficar suspensas no ar e se deslocar por longas distâncias antes de atingir o solo.
Limpeza do Tanque: A higienização do pulverizador deve ser minuciosa (tríplice lavagem) após o uso do Dicamba, pois resíduos mínimos no tanque podem fitotoxicar a próxima cultura a ser pulverizada.
Estágio das Daninhas: Para garantir a eficácia máxima e evitar a seleção de resistência, o controle deve ser realizado quando as plantas daninhas ainda estão em estágios iniciais de desenvolvimento.
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