Manejo do Azevém: Guia Completo para Controle e Prevenção de Resistência
Azevém: época certa para controle, quais herbicidas utilizar e principais dicas para minimizar casos de resistências na lavoura.
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A categoria de herbicidas para azevém engloba o conjunto de defensivos agrícolas químicos utilizados para o controle e manejo do Lolium multiflorum, uma gramínea anual que se tornou uma das principais plantas daninhas nas lavouras da região Sul do Brasil. Originalmente introduzida como forrageira de inverno devido ao seu valor nutricional, a espécie se disseminou de forma agressiva, infestando culturas de inverno como trigo e aveia, além de causar problemas na pré-semeadura da soja. O manejo químico desta planta é complexo devido à sua alta capacidade reprodutiva e variabilidade genética.
No cenário agrícola atual, o termo não se refere a um único produto, mas a uma estratégia de rotação de diferentes mecanismos de ação. Devido ao uso intensivo e repetitivo de moléculas como o glifosato, houve uma forte pressão de seleção que resultou em populações de azevém resistentes. Estima-se que mais de 80% das populações desta planta no Brasil já apresentem resistência ao glifosato, o que obriga o produtor a buscar alternativas químicas, como inibidores da ACCase e da ALS, para garantir a limpeza da área e evitar a matocompetição que pode reduzir drasticamente a produtividade dos cereais de inverno.
Mecanismos de Ação Diversificados: O controle químico baseia-se principalmente em três grupos: inibidores da EPSPs (como o glifosato, com eficácia reduzida), inibidores da ACCase (graminicidas específicos) e inibidores da ALS, sendo fundamental a alternância entre eles.
Seletividade Variável: Existem herbicidas de manejo geral (dessecação na entressafra) e herbicidas seletivos, que permitem a aplicação em pós-emergência da cultura principal (como o trigo) sem causar fitotoxidez severa à lavoura.
Janela de Aplicação: A eficácia dos herbicidas para azevém é significativamente maior nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta daninha, tornando-se muito mais difícil o controle após o perfilhamento ou em touceiras desenvolvidas.
Ação Sistêmica: A maioria dos produtos utilizados busca translocar o princípio ativo até as raízes e pontos de crescimento para evitar o rebrote, característica essencial dada a capacidade de recuperação do azevém.
Interação com o Clima: A eficiência da absorção e translocação desses herbicidas é influenciada pelas condições climáticas, sendo que o azevém se desenvolve melhor em temperaturas amenas (próximas a 20°C), o que exige planejamento nas aplicações de inverno.
Resistência Múltipla: Além da resistência ao glifosato, já existem casos confirmados no Brasil de azevém com resistência múltipla (a dois ou mais mecanismos de ação simultâneos), o que exige um planejamento técnico rigoroso para a escolha dos defensivos.
Banco de Sementes: O controle químico deve visar não apenas a planta viva, mas a redução do banco de sementes no solo; embora as sementes percam viabilidade após cerca de 540 dias, uma única planta pode produzir até 3 mil novas sementes.
Fluxos de Emergência: Devido à dormência das sementes, o azevém apresenta vários fluxos de emergência ao longo do ciclo, o que significa que uma única aplicação de herbicida raramente é suficiente para o controle total até a colheita.
Impacto na Produtividade: A falha no controle químico e a presença da planta daninha podem reduzir a produtividade de culturas como o trigo em mais de 50%, devido à competição agressiva por água, luz e nutrientes.
Manejo Integrado: O uso exclusivo de herbicidas na pós-emergência é uma estratégia de alto risco; o ideal é combinar o controle químico com práticas culturais, como rotação de culturas e cobertura de solo, para suprimir a emergência da daninha.
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