Qualidade do Trigo: 3 Fatores que Definem o Preço da sua Safra
Qualidade do trigo: o que afeta sua classificação comercial e as dicas para obter melhores resultados na produção do grão.
1 artigo encontrado com a tag " Impurezas em Grãos"
No contexto do agronegócio brasileiro, o termo “impurezas em grãos” refere-se à presença de materiais que não correspondem ao grão-alvo comercializado em um lote. Tecnicamente, a legislação brasileira (como as Instruções Normativas do MAPA) faz uma distinção importante entre impurezas e matérias estranhas. As impurezas são detritos provenientes da própria planta cultivada, como fragmentos de caule, folhas, vagens ou cascas que não foram devidamente separados durante a colheita. Já as matérias estranhas englobam tudo aquilo que não é oriundo da cultura, como torrões de terra, pedras, sementes de plantas daninhas ou grãos de outras espécies.
A presença desses materiais é um dos principais indicadores de qualidade na classificação de grãos, impactando diretamente a rentabilidade do produtor. Durante a comercialização, o peso correspondente a essas partículas é descontado do peso total da carga, pois a indústria e os armazéns pagam pelo produto limpo. Além do desconto financeiro imediato, o excesso de impurezas compromete a segurança do armazenamento, pois esses materiais tendem a reter mais umidade, dificultando a aeração da massa de grãos e favorecendo a proliferação de fungos e pragas.
Para a determinação do percentual de impurezas, utilizam-se metodologias padronizadas de amostragem e peneiramento. Cada cultura (soja, milho, trigo, etc.) possui normas específicas que determinam o tamanho e o formato dos crivos das peneiras. Tudo o que atravessa a peneira ou fica retido nela (dependendo da regra específica da cultura) e não é o grão sadio, é contabilizado para o cálculo do desconto, exigindo do produtor atenção redobrada desde a regulagem da colheitadeira até o processo de pré-limpeza.
Origem do Material: As impurezas são, em sua maioria, resíduos vegetais da própria cultura (palha, sabugo, casca), enquanto matérias estranhas são elementos externos (terra, pedras, outras sementes).
Fator de Umidade: Materiais impuros geralmente possuem higroscopicidade diferente dos grãos, tendendo a acumular mais umidade e criar “bolsões” de calor dentro dos silos.
Dependência da Colheita: A quantidade de impurezas está diretamente ligada à eficiência e regulagem da colheitadeira (velocidade do molinete, abertura das peneiras e ventilação).
Identificação por Peneiramento: A classificação técnica utiliza peneiras com crivos de dimensões específicas (ex: oblongos de 1,75 mm x 20 mm para trigo) para separar fisicamente o grão das impurezas.
Impacto no Processamento: O excesso de impurezas minerais (terra e pedras) causa desgaste prematuro em equipamentos de secagem, transporte e moagem industrial.
Cálculo de Desconto: O desconto aplicado na venda não é uma penalidade arbitrária, mas uma correção de peso baseada no percentual encontrado na amostra; se a carga tem 3% de impurezas, desconta-se o equivalente a esse peso do total a pagar.
Limites de Tolerância: Existem limites máximos de tolerância para a recepção de cargas; lotes com níveis excessivos de impurezas podem ser recusados ou sofrerem taxas extras de padronização (limpeza e secagem).
Risco de Micotoxinas: Impurezas orgânicas são substratos ideais para o desenvolvimento de fungos produtores de micotoxinas, o que pode desvalorizar ou condenar o lote para consumo humano e animal.
Pré-Limpeza: A utilização de máquinas de pré-limpeza antes do armazenamento é uma prática fundamental para garantir a longevidade do grão no silo e reduzir custos com energia de aeração.
Legislação Vigente: É essencial que o produtor conheça a Instrução Normativa (IN) do Ministério da Agricultura específica para a sua cultura, pois ela define os critérios oficiais de classificação.
Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Impurezas em Grãos