Colheita Mecanizada: Como Identificar e Reduzir Perdas de Grãos
Indicadores do desempenho da colheita de grãos mecanizada: entenda melhor as perdas fisiológicas, físicas e operacionais
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Os indicadores de colheita são parâmetros técnicos, fisiológicos e operacionais utilizados para determinar o momento exato de retirar a cultura do campo e para avaliar a eficiência do processo de colheita mecanizada. No agronegócio brasileiro, onde a precisão define a margem de lucro, esses indicadores funcionam como métricas de controle de qualidade, permitindo ao produtor identificar se a operação está ocorrendo dentro dos padrões aceitáveis de perdas e se o produto final mantém sua integridade comercial. Eles não se limitam apenas à data do calendário, mas envolvem uma análise contínua da interação entre a planta, o ambiente e a máquina.
A análise desses indicadores é fundamental para mitigar os gargalos da etapa final da safra. Eles se dividem, basicamente, em sinais fisiológicos da planta (como maturação e umidade) e métricas de desempenho da colhedora (níveis de perdas na plataforma, trilha e limpeza). Compreender esses dados permite ajustes em tempo real, evitando que o investimento realizado durante todo o ciclo da cultura seja desperdiçado por erros de regulagem ou decisões precipitadas de entrada na lavoura.
Na prática, o monitoramento correto dos indicadores de colheita visa equilibrar a máxima recuperação de grãos com a mínima presença de impurezas e danos mecânicos. Uma colheita guiada por indicadores precisos resulta em grãos com melhor potencial de armazenamento e comercialização, além de reduzir o desperdício de alimentos e recursos no campo, impactando diretamente a sustentabilidade econômica da fazenda.
Ponto de Maturação Fisiológica: Refere-se ao estágio em que o grão atinge seu máximo desenvolvimento e acúmulo de matéria seca. É o principal indicador biológico para o início do planejamento da colheita, evitando a retirada de grãos verdes ou excessivamente secos que podem sofrer degradação.
Teor de Umidade dos Grãos: É um indicador crítico para a regulagem da máquina e qualidade do produto. O padrão ideal gira em torno de 13%; valores muito acima disso causam amassamento e “bucha” na máquina, enquanto valores muito abaixo aumentam a quebra dos grãos e a suscetibilidade a trincas.
Perdas na Plataforma de Corte: Representam o indicador de ineficiência mais expressivo, correspondendo a cerca de 80% das perdas totais na colheita mecanizada. Envolve monitorar a altura de corte, a velocidade do molinete e a presença de vagens ou espigas que não foram recolhidas pela máquina.
Qualidade da Trilha e Limpeza: Avalia-se a presença de grãos quebrados, partidos ou sujos no tanque graneleiro. Este indicador aponta a necessidade de ajustes nos sistemas internos da colhedora, como a abertura do côncavo e a rotação do cilindro, para evitar danos mecânicos ao produto.
Volume de Impurezas e Materiais Estranhos: A quantidade de palha, sabugos ou pedaços de plantas misturados aos grãos colhidos indica falhas no sistema de ventilação e peneiras da colhedora, impactando o valor final da carga e os custos de beneficiamento.
Ajuste Dinâmico da Máquina: As regulagens da colhedora não são fixas; elas devem ser alteradas conforme os indicadores mudam ao longo do dia (variação de temperatura e umidade) ou conforme as condições do terreno variam.
Impacto das Plantas Daninhas: A presença excessiva de plantas daninhas na lavoura altera os indicadores de colheita, causando embuchamento, aumento da umidade da massa colhida e perdas físicas por arrasto de plantas cultivadas.
Metodologia de Aferição de Perdas: Para usar os indicadores corretamente, é necessário realizar amostragens no campo, como o uso do copo medidor ou armações de área conhecida, para quantificar os grãos deixados no solo e calcular o prejuízo por hectare.
Sinais Visuais de Perda: Fique atento a sinais claros como o amontoamento de plantas na barra de corte ou grãos sendo jogados fora pelos saca-palhas; esses são indicadores imediatos de que a velocidade de avanço ou a rotação dos componentes está incompatível com o volume de massa.
Consequências da Umidade Inadequada: Colher com umidade muito alta não apenas dificulta a trilha, mas também aumenta significativamente os custos de secagem artificial e o risco de desenvolvimento de fungos e micotoxinas durante o armazenamento.
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