O que é Irrigação Por Pivô Central

A irrigação por pivô central é um sistema mecanizado de aspersão de água em larga escala, amplamente consolidado no agronegócio brasileiro. O equipamento consiste em uma linha lateral de tubulações suspensas por torres metálicas, que se movimentam através de rodas acionadas por motores elétricos. Todo o conjunto gira em torno de um ponto fixo de concreto — a torre central —, criando uma área irrigada de formato circular. O processo envolve três etapas fundamentais: a captação da água (de fontes superficiais ou subterrâneas), o transporte sob pressão até o centro do equipamento e a distribuição uniforme sobre a lavoura através de aspersores.

Esta tecnologia é considerada a técnica de irrigação mais utilizada no Brasil, cobrindo milhões de hectares produtivos. Sua relevância deve-se à capacidade de cobrir grandes extensões de terra com alta eficiência, permitindo a intensificação do uso do solo. Com o pivô central, o produtor consegue mitigar os riscos climáticos associados à seca e aos veranicos, garantindo a estabilidade da produção e possibilitando, em muitas regiões, a realização de até três safras anuais ou o cultivo em períodos de entressafra.

Além da função básica de fornecimento hídrico, o sistema evoluiu para se tornar uma ferramenta de manejo agronômico completa. Ele permite a aplicação conjunta de fertilizantes (fertirrigação) e defensivos (quimigação), otimizando as operações de campo. Existem variações do sistema tradicional para se adequar a diferentes geometrias de talhões, como o pivô rebocável (que pode ser movido entre áreas) e o sistema linear (que se desloca em linha reta para cobrir áreas retangulares), embora o modelo fixo circular permaneça como o padrão da indústria.

Principais Características

  • Estrutura e Funcionamento: O sistema é composto por uma torre central fixa (onde chegam a água e a energia), lances de tubulação aérea e torres móveis com rodados. A movimentação é automatizada, permitindo ajustes precisos na velocidade e na lâmina de água aplicada.

  • Alta Automação: Diferente de métodos como a irrigação por sulcos ou aspersão convencional, o pivô central exige baixa demanda de mão de obra operacional, sendo controlado por painéis que podem incluir telemetria para gestão remota.

  • Versatilidade de Modelos: Embora o modelo fixo seja o mais comum, existem opções como o pivô rebocável (montado sobre chassi para transporte entre áreas) e o lateral/linear (que irriga áreas retangulares), adaptando-se ao layout da propriedade.

  • Capacidade de Fertirrigação: O equipamento permite a injeção de fertilizantes solúveis diretamente na água de irrigação, garantindo uma nutrição parcelada e uniforme, o que aumenta a eficiência do uso de insumos.

  • Longa Vida Útil: Com a manutenção preventiva adequada — revisando motores, pneus, bicos e estrutura —, um sistema de pivô central pode operar eficientemente por 15 a 20 anos, diluindo o investimento inicial ao longo do tempo.

Importante Saber

  • Necessidade de Outorga de Água: Antes de qualquer investimento, é mandatório obter a outorga de uso da água junto aos órgãos ambientais competentes. Este documento define a vazão e o volume permitidos, o que ditará o tamanho máximo da área irrigável.

  • Análise Topográfica e de Solo: O terreno influencia diretamente o projeto. Embora pivôs tolerem certos desníveis, áreas muito acidentadas podem exigir terraplanagem ou inviabilizar o sistema. Além disso, a taxa de infiltração do solo deve ser compatível com a vazão dos aspersores para evitar escorrimento superficial e erosão.

  • Custo Energético: A energia elétrica (ou diesel) para o bombeamento e movimentação do pivô representa uma parcela significativa do Custo Operacional (OPEX). O dimensionamento correto das motobombas e adutoras é crucial para a eficiência energética.

  • Investimento Inicial Elevado: A instalação envolve custos altos com a aquisição do equipamento, obras civis (base de concreto), adutoras e sistema de bombeamento. É essencial realizar um estudo de viabilidade econômica considerando o aumento de produtividade esperado.

  • Manutenção Preventiva: Para garantir a longevidade do equipamento, é necessário um cronograma rigoroso de manutenção, especialmente no período de entressafra, verificando alinhamento das torres, pressão dos pneus, desobstrução de aspersores e parte elétrica.

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