Irrigação por Superfície: Como Funciona, Tipos e Quando Vale a Pena
Irrigação por superfície: saiba como funciona, quais são os tipos existentes, as fases desse processo, vantagens e desvantagens.
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A irrigação por sulcos é uma modalidade de irrigação por superfície na qual a água é conduzida pela força da gravidade através de pequenos canais (os sulcos) abertos paralelamente às linhas de plantio. Diferente dos métodos de inundação total, a água não cobre toda a área do terreno; ela flui apenas dentro desses canais, infiltrando-se no solo tanto verticalmente quanto lateralmente. É esse movimento lateral, chamado de “bulbo molhado”, que leva a umidade até a zona radicular das plantas cultivadas nas cristas ou camalhões entre os sulcos.
No cenário do agronegócio brasileiro, este método é tradicional e amplamente adotado, especialmente em culturas plantadas em fileiras, como cana-de-açúcar, milho e diversas hortaliças. Sua popularidade deve-se, em grande parte, ao menor custo de energia, já que não exige bombas de alta pressão para a distribuição da água, e à simplicidade tecnológica de implementação, embora exija um bom planejamento topográfico.
Para que o sistema funcione adequadamente, é necessário que o terreno tenha uma declividade uniforme e controlada. O sucesso da irrigação por sulcos depende do equilíbrio entre a velocidade de avanço da água, o comprimento do sulco e a taxa de infiltração do solo. O objetivo é garantir que a água chegue ao final da linha de plantio de forma uniforme, sem causar erosão no início do trajeto ou encharcamento excessivo, garantindo a disponibilidade hídrica ideal para o desenvolvimento da lavoura.
Movimentação por gravidade: A água desloca-se do ponto mais alto para o mais baixo sem necessidade de pressurização elevada.
Molhamento parcial: Apenas entre 30% a 80% da superfície do solo é molhada, reduzindo a evaporação direta em comparação à inundação.
Infiltração lateral: O suprimento de água para as raízes depende da capacidade da água de se mover horizontalmente no perfil do solo.
Sistematização do terreno: Exige que a área seja nivelada ou sistematizada com um declive suave e constante para o fluxo correto da água.
Robustez operacional: O sistema é menos sensível à qualidade da água, permitindo o uso de recursos hídricos com maior teor de sedimentos ou sólidos em suspensão sem risco de entupimento de emissores.
Tipo de solo: Solos arenosos possuem alta taxa de infiltração, o que dificulta o avanço da água até o final do sulco; por isso, o método é mais eficiente e recomendado para solos de textura média a argilosa.
Risco de erosão: Se a declividade do terreno for muito acentuada, a velocidade da água pode aumentar excessivamente, arrastando partículas de solo e nutrientes, causando erosão nos sulcos.
Dimensionamento do sulco: O comprimento e a vazão devem ser calculados tecnicamente; sulcos muito longos tendem a ter baixa uniformidade de distribuição (muita água no início, pouca no fim).
Drenagem: É essencial prever um sistema de drenagem ao final dos sulcos para manejar o excesso de água e evitar o empoçamento que pode prejudicar a cultura.
Mão de obra: Embora economize energia, este método pode demandar mais mão de obra operacional para a abertura dos canais, controle das comportas ou sifões e manutenção da estrutura do solo.
Monitoramento: A eficiência do uso da água tende a ser menor que na irrigação localizada (gotejamento), exigindo monitoramento constante para evitar desperdícios por percolação profunda ou escoamento superficial.
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