Tipos de Irrigação na Agricultura: Um Guia Completo para a Escolha Certa
Tipos de irrigação na agricultura: confira os principais sistemas de irrigação, suas vantagens e desvantagens e quais critérios considerar.
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A irrigação superficial é o método mais antigo e tradicional de aplicação de água na agricultura, caracterizado pela distribuição da água sobre a superfície do solo movida, fundamentalmente, pela força da gravidade. Diferente dos sistemas pressurizados, como a aspersão ou o gotejamento, a água flui naturalmente dos pontos de cota mais alta para as partes mais baixas do terreno. O objetivo é cobrir a área de cultivo com uma lâmina de água (inundação) ou conduzi-la através de canais abertos entre as linhas de plantio (sulcos), permitindo que a infiltração ocorra verticalmente no perfil do solo para atingir a zona radicular das plantas.
No contexto do agronegócio brasileiro, este método possui uma importância econômica estratégica, sendo a base tecnológica para o cultivo de arroz irrigado, predominantemente na região Sul do país. Embora seja frequentemente associado a uma tecnologia mais simples por dispensar tubulações complexas e aspersores, a irrigação superficial exige um manejo técnico rigoroso. Para ser eficiente, é necessário um controle preciso da vazão de entrada e do tempo de avanço da água, garantindo que a umidade seja uniforme em toda a extensão do talhão, evitando tanto o déficit hídrico no final da linha quanto o excesso e a percolação profunda no início.
A implementação deste método requer um estudo detalhado das características físicas do solo, especialmente a taxa de infiltração básica, e da topografia da área. Em muitos casos, é necessária a sistematização ou nivelamento do terreno para garantir o escoamento adequado. Apesar de ter um custo energético operacional geralmente menor — pois muitas vezes dispensa o uso de motobombas de alta potência para pressurização —, a irrigação superficial enfrenta desafios contemporâneos relacionados à eficiência do uso da água, exigindo projetos bem dimensionados para minimizar perdas por escoamento superficial e evaporação.
Movimentação por gravidade: A água é aplicada sem a necessidade de pressão artificial, aproveitando o desnível natural ou construído do terreno para se deslocar.
Sistemas principais: Divide-se majoritariamente em irrigação por inundação (cobrindo toda a superfície, comum em arrozais e tabuleiros) e irrigação por sulcos (água confinada em canais entre as fileiras de plantas).
Dependência topográfica: Exige terrenos planos ou sistematizados (nivelados) com declividade controlada e uniforme para evitar o acúmulo desigual de água.
Baixo consumo energético: Quando a fonte de água está em nível superior à lavoura, o custo com energia elétrica ou combustível para bombeamento pode ser nulo ou muito reduzido.
Interação solo-água: A eficiência do sistema é ditada diretamente pela velocidade de infiltração da água no solo; solos muito arenosos podem dificultar o avanço da água, enquanto solos argilosos facilitam o escoamento.
Eficiência de aplicação: Historicamente, este método apresenta menor eficiência no uso da água comparado à irrigação localizada, podendo haver perdas significativas se não houver um manejo rigoroso do tempo de rega.
Riscos de erosão: Em terrenos com declividade inadequada ou vazões de entrada muito altas nos sulcos, a força da água pode arrastar partículas de solo, causando erosão laminar ou em sulcos.
Necessidade de drenagem: É fundamental planejar o sistema de drenagem para remover o excesso de água ao final do talhão, evitando o encharcamento prolongado que pode asfixiar as raízes (exceto em culturas adaptadas como o arroz).
Mão de obra: Pode exigir maior quantidade de mão de obra operacional para a abertura de sulcos, construção de taipas, manejo de comportas, sifões e tubos janelados durante os turnos de rega.
Limitação de culturas: Enquanto a inundação é restrita a poucas culturas (como arroz), os sulcos são versáteis para culturas em linha (milho, cana-de-açúcar), mas o método não é recomendado para hortaliças sensíveis ao contato direto da água com a parte aérea ou colo da planta.
Salinização: Em regiões áridas ou semiáridas, o manejo incorreto da irrigação superficial pode elevar o lençol freático e trazer sais para a superfície, comprometendo a fertilidade do solo a longo prazo.
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