Lagarta-da-Espiga (*Helicoverpa zea*): 7 Fatos Essenciais para um Manejo Eficaz
Helicoverpa zea: Como identificar facilmente a lagarta-da-espiga e as medidas de controle mais eficientes para a lavoura.
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A Lagarta-da-espiga, cientificamente conhecida como Helicoverpa zea, é uma das pragas agrícolas mais relevantes e disseminadas no continente americano, sendo nativa desta região. No Brasil, ela representa uma ameaça constante para diversas culturas, com destaque absoluto para o milho, onde sua incidência é mais severa e frequente. Diferente de outras espécies invasoras, como a Helicoverpa armigera (originária da Oceania), a H. zea possui uma adaptação histórica aos sistemas produtivos locais, o que exige do produtor rural um monitoramento rigoroso e estratégias de manejo bem definidas.
O principal impacto econômico desta praga ocorre devido ao seu hábito alimentar: as lagartas atacam preferencialmente as estruturas reprodutivas das plantas. No caso do milho, elas se alojam na espiga, alimentando-se dos grãos em formação. Esse comportamento não apenas reduz diretamente a produtividade da lavoura, podendo atingir níveis de infestação superiores a 90% se não controlada, mas também deprecia a qualidade do produto final. Além do consumo direto dos grãos, as lesões provocadas pela lagarta servem como porta de entrada para microrganismos, favorecendo o aparecimento de podridões e micotoxinas que comprometem a comercialização da safra.
A identificação correta e o entendimento do comportamento da Helicoverpa zea são fundamentais para o sucesso do agronegócio brasileiro. Muitas vezes, os danos e a morfologia da praga são confundidos com os de outras lagartas, como a Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) ou a própria H. armigera. Essa confusão pode levar a erros na escolha dos defensivos e no momento da aplicação, resultando em falhas de controle e prejuízos financeiros significativos. Portanto, o manejo dessa praga exige conhecimento técnico sobre seu ciclo biológico e suas características morfológicas específicas.
Morfologia do adulto: A fase adulta é uma mariposa com envergadura de aproximadamente 40 mm, apresentando asas anteriores de coloração amarelo-parda com uma faixa transversal escura e manchas características, enquanto as asas posteriores são mais claras.
Identificação da lagarta: A característica visual mais prática para diferenciar a H. zea no campo é a coloração da cabeça, que é marrom-clara, distinguindo-a da Spodoptera frugiperda, que possui a cabeça escura ou preta.
Ciclo de vida rápido: O ciclo total da praga dura entre 40 e 45 dias, com a fase larval (a que causa danos) durando cerca de 18 dias e passando por seis instares, o que permite a ocorrência de mais de cinco gerações por ano.
Hábito alimentar: Embora seja polífaga, a H. zea tem preferência clara pelo milho, atacando os estigmas (cabelo do milho) e penetrando na espiga para consumir os grãos leitosos ou pastosos.
Semelhança com H. armigera: A distinção visual entre H. zea e H. armigera é praticamente impossível a olho nu, exigindo análise laboratorial; no entanto, a presença em milho sugere fortemente ser H. zea.
Janelas de manejo: Devido ao ciclo rápido da praga, recomenda-se organizar as aplicações de controle em janelas de 30 dias, evitando a repetição do mesmo modo de ação químico dentro desse período para mitigar a resistência.
Dificuldade de controle químico: O controle é complexo porque a lagarta fica protegida dentro da espiga na maior parte do tempo; por isso, o monitoramento deve focar na detecção de ovos e lagartas recém-eclodidas antes que penetrem na estrutura da planta.
Resistência a defensivos: A Helicoverpa zea já apresenta resistência a diversas medidas de controle, incluindo certas proteínas Bt (milho transgênico) e inseticidas químicos, exigindo a rotação de produtos e o uso de Manejo Integrado de Pragas (MIP).
Diferenciação prática: É crucial não confundir o dano da H. zea com o da Lagarta-do-cartucho; enquanto a Spodoptera ataca preferencialmente o cartucho e tem cabeça escura, a H. zea foca na espiga e tem cabeça clara.
Controle biológico: O uso de produtos biológicos é uma alternativa viável e recomendada para compor o manejo integrado, ajudando a reduzir a pressão de seleção sobre os inseticidas químicos.
Monitoramento constante: A vistoria da lavoura deve ser frequente, especialmente durante a fase de pendoamento e formação de espigas, pois a entrada da praga nessa fase é crítica e o dano é irreversível.
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