Lagarta Enroladeira das Folhas: Guia Completo de Identificação e Manejo
Lagarta enroladeira das folhas: confira as características da praga, em quais estádios podem causar mais problemas e as dicas de manejo.
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Ler o Guia Principal sobre Lagarta Enroladeira das Folhas →A Lagarta Enroladeira das Folhas (Hedylepta indicata, também conhecida como Omiodes indicata) é uma praga da ordem Lepidoptera que tem ganhado relevância no cenário agrícola brasileiro, especialmente em culturas de leguminosas como a soja e o feijão. Embora historicamente classificada como uma praga secundária, surtos populacionais podem ocorrer, exigindo atenção redobrada dos produtores para evitar prejuízos econômicos significativos decorrentes da redução da área foliar das plantas.
Esta espécie adapta-se vigorosamente a climas tropicais e subtropicais, encontrando no Brasil condições ideais para seu desenvolvimento. Sua denominação popular deriva de seu comportamento característico: a lagarta utiliza uma secreção serigena (teia) para unir ou enrolar os folíolos da planta, criando um abrigo onde permanece protegida enquanto se alimenta. Esse hábito críptico dificulta a ação de inimigos naturais e pode reduzir a eficiência de aplicações de defensivos que agem por contato.
O ataque da lagarta enroladeira compromete a capacidade fotossintética da lavoura. Inicialmente, a praga raspa o parênquima foliar, deixando as folhas com aspecto rendilhado ou com manchas esbranquiçadas. Com o desenvolvimento das larvas, o consumo de massa verde aumenta, podendo levar à desfolha severa e, em casos de alta infestação não controlada, ao dano de hastes mais finas, impactando diretamente o desenvolvimento vegetativo e a produtividade final da cultura.
Identificação Taxonômica: Cientificamente nomeada como Hedylepta indicata (ou sinônimos como Bleprosema indicata), pertence à família Crambidae.
Morfologia da Larva: As lagartas passam por cinco ínstares, variando de coloração amarela (início) para verde-claro e verde-intenso (final), atingindo entre 12 mm e 15 mm de comprimento.
Fase Adulta: A mariposa possui coloração castanho-claro com três estrias escuras transversais nas asas anteriores e envergadura de aproximadamente 12 mm.
Ciclo Biológico: O ciclo completo é rápido, variando de 22 a 31 dias dependendo da temperatura, com a fase larval durando cerca de 16 dias.
Hospedeiros Preferenciais: Ataca principalmente soja, feijão, amendoim, ervilha e, ocasionalmente, milho.
Sazonalidade: Embora possa ocorrer durante toda a safra, os picos populacionais no Brasil são frequentemente observados no mês de abril.
Sintomas Visuais: O sinal mais claro da infestação é a presença de folhas unidas ou dobradas por teias; ao abrir esses abrigos, encontra-se a lagarta e dejetos.
Danos Iniciais: Nos primeiros estágios, a lagarta apenas raspa a folha, causando o esqueleto das nervuras e manchas brancas, o que serve de alerta para o monitoramento.
Potencial Reprodutivo: Uma única fêmea pode depositar cerca de 300 ovos, preferencialmente nos brotos e folhas novas, o que favorece explosões populacionais rápidas.
Impacto na Produtividade: A desfolha reduz a taxa fotossintética; contudo, infestações tardias (final do ciclo da soja) tendem a ter menor impacto no rendimento de grãos.
Monitoramento: A inspeção deve focar na abertura dos folíolos enrolados para quantificar a presença da praga viva, não apenas os danos antigos.
Estratégia de Manejo: O controle deve ser integrado (MIP), priorizando a preservação de inimigos naturais e o uso de sementes de qualidade, realizando intervenções quando os níveis de desfolha atingirem o limiar de dano econômico.
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