Controle Biológico de Lagartas na Soja: Um Guia Prático para Sua Lavoura
Controle biológico da lagarta da soja: Conheça os principais produtos, como funciona esse controle e fique livre do prejuízo causado pelas lagartas.
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As lagartas da soja representam um dos principais grupos de pragas desfolhadoras que afetam a produtividade das lavouras brasileiras. Trata-se da fase larval de diversas espécies de mariposas (Lepidoptera) que, ao se alimentarem das folhas, hastes e vagens da cultura, reduzem drasticamente a área fotossintética da planta. O impacto desses insetos varia desde a redução do potencial produtivo até a perda total de áreas, exigindo replantio em casos extremos, como observado em surtos históricos no Brasil. O manejo inadequado pode levar a prejuízos econômicos severos, tornando o monitoramento constante uma prática obrigatória.
No contexto agronômico atual, o controle dessas pragas evoluiu para além da aplicação exclusiva de inseticidas químicos. A identificação precisa da espécie tornou-se fundamental, pois diferentes lagartas possuem comportamentos e localizações distintas na planta. O complexo de lagartas inclui espécies de fácil controle e outras de difícil acesso, como as que se alojam no baixeiro da soja. Estratégias modernas, como o Controle Biológico dentro do Manejo Integrado de Pragas (MIP), ganham destaque por oferecerem soluções sustentáveis, utilizando inimigos naturais (predadores e parasitoides) e microrganismos para manter a população da praga abaixo do nível de dano econômico.
Diversidade de Espécies e Hábitos: As principais espécies incluem a Lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), que consome o limbo foliar deixando as nervuras; a Falsa-medideira (Chrysodeixis includens), que se move arqueando o corpo e prefere o baixeiro; e a Broca das Axilas (Crocidosema aporema), que penetra no caule bloqueando o fluxo de seiva.
Padrões de Desfolha: O dano visual varia conforme a espécie. Enquanto algumas causam o efeito de “rendilhado” nas folhas, outras atacam diretamente as pontas dos ponteiros ou unem folhas com fios de seda para se protegerem, dificultando a penetração de produtos fitossanitários.
Ciclo de Vida e Metamorfose: O estágio larval (lagarta) é a fase de dano ativo. O controle biológico busca quebrar este ciclo, seja através do parasitismo (ovos de vespas inseridos na lagarta) ou da predação direta por outros insetos, impedindo que a praga complete seu desenvolvimento.
Comportamento de Defesa: Muitas lagartas, como a Falsa-medideira, alojam-se na face inferior das folhas (abaxial) e nas partes mais baixas da planta, protegendo-se da exposição direta ao sol e às pulverizações convencionais, o que exige tecnologias de aplicação mais eficientes.
Danos Reprodutivos: Além da desfolha, certas espécies, como a Falsa-medideira e a Broca das Axilas, podem atacar flores e vagens, causando abortamento floral e perda direta de grãos, o que impacta o rendimento final mesmo que a área foliar pareça preservada.
Identificação é Crítica para o Controle: Diferenciar as espécies é o primeiro passo para o sucesso. Produtos biológicos e químicos costumam ser seletivos; um produto eficaz para Anticarsia pode não funcionar para Spodoptera ou Falsa-medideira.
Seletividade dos Produtos Biológicos: O uso de agentes microbiológicos (vírus, bactérias, fungos) e macrobiológicos (vespas, predadores) age de forma específica. Isso preserva os inimigos naturais na lavoura, ao contrário de inseticidas de amplo espectro que podem eliminar a fauna benéfica.
Desafio do “Baixeiro”: O controle químico ou biológico da Falsa-medideira é dificultado após o fechamento das entrelinhas da soja, pois o alvo fica protegido nas folhas inferiores. O monitoramento deve ser intensificado antes desse estágio fenológico.
Integração com o MIP: O controle de lagartas não deve ser uma medida isolada. A rotação de mecanismos de ação e a integração entre controle químico e biológico são essenciais para evitar a seleção de populações resistentes e garantir a longevidade das tecnologias de controle.
Sinais de Ataque: Além da visualização direta das lagartas, o produtor deve estar atento a sinais como folhas com aspecto de renda, excrementos nas folhas inferiores, cartuchos danificados e plantas com desenvolvimento travado devido a danos no caule.
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