Apaga-Fogo (*Alternanthera tenella*): Guia Completo de Identificação e Manejo
Apaga-fogo: conheça as características, quais danos ela pode causar e controle preventivo, cultural, mecânico e químico
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A Leprose dos Citros é considerada uma das doenças virais de maior impacto econômico para a citricultura brasileira, especialmente nos estados de São Paulo e Minas Gerais, que concentram a maior produção de laranjas do país. Causada pelo vírus CiLV (Citrus Leprosis Virus) e transmitida pelo ácaro vetor do gênero Brevipalpus (conhecido popularmente como ácaro da leprose ou ácaro plano), a doença não se espalha sistemicamente pela planta, agindo de forma localizada onde ocorre a alimentação do vetor.
Embora o vírus não circule na seiva, a doença é extremamente agressiva nos tecidos afetados. A ação do ácaro ao se alimentar inocula o vírus, causando lesões necróticas em folhas, ramos e frutos. Se não manejada corretamente, a leprose pode levar a uma intensa desfolha, seca de ponteiros e queda prematura de frutos, reduzindo drasticamente a vida útil e a capacidade produtiva do pomar. O Brasil gasta anualmente milhões de reais em acaricidas para controlar o vetor, tornando esta doença um dos principais componentes do custo de produção do suco de laranja.
O controle da leprose exige uma visão holística do agroecossistema. Como o ácaro vetor pode sobreviver em diversas plantas hospedeiras além dos citros, o manejo não se resume apenas à aplicação de defensivos nas laranjeiras, mas também ao controle rigoroso de plantas daninhas e cercas vivas que possam servir de abrigo para o Brevipalpus.
Vetor Específico: A transmissão ocorre exclusivamente através de ácaros do gênero Brevipalpus (principalmente B. yothersi e B. phoenicis), que são muito pequenos, de coloração avermelhada e difícil visualização a olho nu.
Ação Localizada: Diferente de outras viroses, a leprose não é sistêmica; as lesões aparecem apenas nas áreas próximas onde o ácaro se alimentou e inoculou o vírus.
Sintomas nas Folhas: Apresentam manchas arredondadas, inicialmente cloróticas (amareladas) e posteriormente necróticas (escuras), muitas vezes com anéis concêntricos e halos amarelados.
Danos nos Ramos: Ocorrem lesões corticosas e salientes que podem coalescer (se unir), interrompendo o fluxo de seiva e causando a seca dos ponteiros e morte progressiva dos galhos.
Afetação dos Frutos: Os frutos desenvolvem manchas deprimidas e escuras (necróticas), que, embora não afetem a qualidade interna do suco, causam amadurecimento precoce e queda intensa antes da colheita.
Hospedeiros Alternativos: O ácaro vetor se abriga em diversas plantas daninhas, como a apaga-fogo (Alternanthera tenella), trapoeraba e picão-preto, o que facilita a reinfestação do pomar.
Monitoramento do Vetor: A base do manejo é a inspeção frequente dos pomares para detectar a presença do ácaro Brevipalpus. O controle químico deve ser acionado quando a população do vetor atingir o nível de ação preestabelecido, evitando aplicações de calendário desnecessárias.
Manejo de Plantas Daninhas: É crucial manter a entrelinha e a projeção da copa limpas. Plantas invasoras como a apaga-fogo (Alternanthera tenella) são reservatórios naturais do ácaro. Eliminá-las reduz a pressão de inóculo e a população do vetor na área.
Poda de Limpeza: A remoção de ramos com sintomas visíveis de leprose é fundamental para reduzir a fonte de vírus dentro do pomar, uma vez que o ácaro precisa se alimentar de tecido doente para adquirir o vírus e transmiti-lo a tecidos sadios.
Rotação de Acaricidas: Para evitar a seleção de ácaros resistentes, é indispensável rotacionar os princípios ativos (mecanismos de ação diferentes) utilizados no controle químico.
Impacto na Colheita: A queda prematura de frutos é o dano mais direto ao bolso do produtor. Frutos com lesões de leprose perdem valor comercial para o mercado de fruta fresca e, na indústria, representam perda de volume.
Higienização de Máquinas: O ácaro pode ser transportado passivamente por máquinas, implementos e caixas de colheita. A limpeza desses equipamentos ao mudar de talhão é uma medida preventiva importante para não levar a praga de áreas infestadas para áreas sadias.
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