Liderança Feminina no Agro: A Força que Transforma o Campo
A história é feita por ciclos, que têm por características mudar o modo de visão ou de trabalho de setores e aspectos da vida cotidiana.
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A Liderança Feminina no Agronegócio refere-se ao movimento de ascensão e consolidação da mulher em cargos de gestão, tomada de decisão e estratégia dentro da cadeia produtiva agropecuária brasileira. Historicamente, embora as mulheres tenham sido as precursoras da agricultura no período Neolítico, a estruturação comercial e industrial do setor, especialmente em grandes propriedades, acabou por relegar a figura feminina a papéis secundários ou de suporte operacional. O conceito atual rompe com essa invisibilidade, posicionando a mulher como protagonista na administração de fazendas, na consultoria técnica e na direção de empresas do setor.
No contexto brasileiro contemporâneo, essa liderança é caracterizada por uma forte profissionalização. Diferente do passado, onde a presença feminina em faculdades de agronomia era mínima, hoje observa-se um equilíbrio acadêmico que se reflete no mercado de trabalho. Segundo dados do Censo Agropecuário de 2017 (IBGE), as mulheres já dirigem cerca de 19% dos estabelecimentos rurais no Brasil, gerenciando aproximadamente 30 milhões de hectares. Essa atuação abrange desde a gestão “dentro da porteira”, lidando com manejo e operação, até posições executivas em multinacionais, pesquisa e comercialização de commodities.
Alta qualificação técnica: A liderança feminina atual é marcada por uma sólida formação acadêmica, com presença equilibrada em cursos de ciências agrárias e busca constante por especialização em gestão e tecnologias.
Associativismo e redes de apoio: Uma característica distintiva é a formação de grupos e núcleos femininos (como Agroligadas e Agro Mulher) que fomentam a troca de experiências, capacitação técnica e fortalecimento político da classe.
Diversidade de atuação: As mulheres ocupam posições em todos os elos da cadeia, incluindo pecuária, lavouras temporárias, horticultura, produção de sementes certificadas, além de cargos de consultoria e gestão corporativa.
Gestão humanizada e tecnológica: Observa-se uma tendência de liderança que alia a adoção de ferramentas tecnológicas de precisão com uma gestão de pessoas eficiente, focada no desenvolvimento das equipes rurais.
Protagonismo na sucessão familiar: Muitas líderes assumem o comando através de processos de sucessão, trazendo profissionalização e novas visões administrativas para negócios familiares tradicionais.
Disparidade em área cultivada: Apesar de comandarem quase 20% dos estabelecimentos, as mulheres gerenciam apenas 8,5% da área total cultivada no país, indicando uma concentração de liderança em pequenas e médias propriedades ou em atividades intensivas em menor escala.
Barreiras culturais persistentes: O agronegócio ainda possui raízes culturais patriarcais, o que muitas vezes exige que as mulheres demonstrem competência técnica superior para obterem o mesmo reconhecimento e legitimidade que seus pares masculinos.
Visibilidade digital: A utilização estratégica de redes sociais e plataformas digitais tem sido uma ferramenta crucial para as mulheres do agro, servindo para disseminação de conteúdo técnico e ampliação do networking profissional.
Impacto na inovação: A entrada de mulheres em posições de liderança tem correlacionado positivamente com a abertura para inovação e sustentabilidade nas propriedades, diversificando as abordagens de manejo e administração.
Resgate histórico: É essencial compreender este movimento não apenas como uma tendência moderna, mas como um resgate do papel histórico da mulher, que foi a responsável pelo desenvolvimento inicial da agricultura na história da humanidade.
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