Cercosporiose no Café: Guia Completo para Identificar, Prevenir e Controlar
Cercosporiose no café: principais sintomas, as condições favoráveis para a doença, como controlar e muito mais!
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A Mancha de Olho Pardo, tecnicamente denominada cercosporiose, é uma doença fúngica de grande relevância econômica para a cafeicultura brasileira, causada pelo patógeno Cercospora coffeicola. O nome popular deriva da aparência característica das lesões nas folhas: manchas circulares com o centro cinza-claro e bordas escuras, frequentemente circundadas por um halo amarelado, assemelhando-se à estrutura de um olho. Historicamente presente no Brasil desde o final do século XIX, ela é considerada a segunda enfermidade mais importante para a cultura do café, superada apenas pela ferrugem do cafeeiro.
Esta doença afeta o cafeeiro em diferentes estágios de desenvolvimento, sendo extremamente agressiva tanto em mudas nos viveiros quanto em plantas adultas no campo. O fungo ataca as folhas, comprometendo a capacidade fotossintética da planta, e os frutos, prejudicando diretamente a produtividade e a qualidade final do grão. A incidência da Mancha de Olho Pardo está intimamente ligada às condições climáticas e, principalmente, ao estado nutricional da lavoura, sendo frequentemente associada a plantas sob estresse ou com desequilíbrios na adubação.
Sintomatologia foliar: Apresenta lesões necróticas circulares de coloração marrom, que evoluem para um centro acinzentado envolto por um anel clorótico (amarelo).
Ataque aos frutos: Provoca manchas deprimidas e escuras na casca, que podem aderir à semente, dificultando o beneficiamento.
Variação dos sintomas: Pode manifestar-se como “Cercospora negra” (manchas escuras sem o halo amarelo), comum em plantas com deficiência de fósforo.
Condições favoráveis: O desenvolvimento do fungo é otimizado em temperaturas entre 18°C e 25°C, alta umidade relativa e alta insolação.
Disseminação: Ocorre através do vento, respingos de água (chuva ou irrigação) e vetores biológicos, penetrando na planta por aberturas naturais.
Impacto na qualidade: A doença nos frutos causa maturação acelerada e desuniforme, além de aumentar a incidência de grãos chochos e quebrados, depreciando o valor comercial da saca.
Danos em viveiros: Em mudas, a desfolha intensa pode causar raquitismo irreversível, inviabilizando as plantas para o plantio comercial.
Diagnóstico diferencial: É crucial distinguir a Mancha de Olho Pardo da Mancha Aureolada (bacteriose), pois as estratégias de manejo e controle são distintas.
Indicador de manejo: A alta incidência desta doença geralmente sinaliza deficiências nutricionais ou estresse hídrico, exigindo revisão do plano de adubação e manejo do solo.
Momento crítico: A atenção deve ser redobrada no período de granação dos frutos (80 a 100 dias após a florada), quando a planta está drenando reservas para a produção e fica mais suscetível.
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