O que é Mancha Foliar No Milho

O termo “mancha foliar no milho” designa um complexo de doenças, geralmente de origem fúngica ou bacteriana, que afetam a área fotossintética da cultura. No cenário agrícola brasileiro, essas enfermidades representam um dos principais desafios fitossanitários, ocorrendo tanto na safra de verão quanto na safrinha. As doenças mais prevalentes incluídas nesta categoria são a Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis), a Helmintosporiose (Exserohilum turcicum) e a Mancha-branca (Pantoea ananatis), cada uma com características epidemiológicas distintas, mas com potencial destrutivo semelhante.

A importância econômica dessas patologias reside na redução da capacidade da planta de realizar fotossíntese. Ao necrosar os tecidos foliares, o patógeno diminui a produção de fotoassimilados necessários para o enchimento de grãos. Em casos severos, a planta drena reservas do colmo para tentar compensar essa falta de energia, o que enfraquece a estrutura vegetal e aumenta drasticamente o risco de acamamento e quebramento antes da colheita.

A incidência e a severidade das manchas foliares estão intimamente ligadas às condições climáticas e ao sistema de cultivo. A presença de restos culturais infectados (comum no plantio direto), associada a microclimas de alta umidade e temperaturas específicas para cada patógeno, cria o ambiente ideal para a esporulação e infecção. Portanto, o entendimento sobre manchas foliares não se resume apenas à identificação visual, mas compreende a interação entre o patógeno, o hospedeiro (híbrido) e o ambiente.

Principais Características

  • Redução da Área Foliar: O sintoma primário é a necrose dos tecidos verdes, diminuindo a superfície disponível para a captação de luz e conversão em energia, impactando diretamente o peso final dos grãos.

  • Morfologia das Lesões: Cada doença apresenta um padrão visual específico; a Cercosporiose manifesta-se como lesões retangulares e paralelas às nervuras, enquanto a Helmintosporiose apresenta lesões elípticas alongadas (formato de charuto) que não respeitam as nervuras.

  • Evolução dos Sintomas: Geralmente, a infecção inicia-se nas folhas inferiores (baixeiro) e progride para o terço superior da planta, podendo atingir a palha da espiga em estágios avançados.

  • Dependência Climática: A maioria dos fungos causadores de manchas foliares, como a Cercospora, exige alta umidade relativa (acima de 90%) e molhamento foliar prolongado para germinar e infectar o tecido.

  • Sobrevivência em Restos Culturais: Os patógenos possuem a capacidade de sobreviver na palhada de safras anteriores, servindo como fonte de inóculo inicial para o novo ciclo, especialmente em sistemas de monocultura.

Importante Saber

  • Diagnóstico Diferencial: A identificação correta é crucial para o manejo, pois os fungicidas e o momento de aplicação podem variar. Por exemplo, a Mancha-branca inicia-se com aspecto encharcado (anasarca) nas pontas das folhas, diferindo visualmente de lesões fúngicas clássicas.

  • Suscetibilidade dos Híbridos: A escolha da semente é a primeira linha de defesa. Híbridos com maior tolerância genética retardam o progresso da doença, enquanto materiais suscetíveis exigem monitoramento e controle químico mais rigorosos.

  • Risco de Acamamento: O monitoramento de manchas foliares deve ser associado à avaliação da integridade do colmo. Lavouras com alta severidade de doença foliar têm maior probabilidade de tombamento, exigindo antecipação da colheita para evitar perdas mecânicas.

  • Momento da Infecção: Infecções que ocorrem precocemente, antes do pendoamento, tendem a causar prejuízos econômicos muito maiores do que aquelas que surgem no final do ciclo, pois comprometem o período crítico de enchimento de grãos.

  • Manejo Integrado: O controle eficiente não depende apenas de aplicações químicas, mas da rotação de culturas para quebrar o ciclo do patógeno e do uso de tecnologia de aplicação adequada para garantir a cobertura das folhas do baixeiro.

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