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O que é Mancha Olho De Rã

A Mancha Olho-de-Rã é uma doença fúngica de significativa importância econômica para a cultura da soja no Brasil, causada pelo patógeno Cercospora sojina. Identificada no país pela primeira vez na década de 1970, a doença afeta toda a parte aérea da planta, incluindo folhas, hastes, vagens e sementes. Embora o desenvolvimento de cultivares resistentes tenha auxiliado no controle ao longo das últimas décadas, o fungo apresenta alta variabilidade genética, com mais de 25 raças fisiológicas já identificadas em território nacional, o que exige monitoramento constante por parte dos produtores e agrônomos.

A doença costuma se manifestar com maior intensidade durante o estádio reprodutivo da cultura, a partir do florescimento, embora a infecção possa ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento vegetal. O impacto agronômico é direto: a infecção causa necrose e queda prematura das folhas, reduzindo drasticamente a área fotossintética da planta. Consequentemente, há uma diminuição no peso e na qualidade dos grãos, resultando em prejuízos na produtividade final da lavoura se o manejo não for adequado.

Além dos danos diretos na produção de grãos, a Mancha Olho-de-Rã representa um risco para a produção de sementes. O fungo pode infectar a semente, causando manchas e rachaduras no tegumento, o que deprecia sua qualidade comercial e fisiológica. Sementes infectadas servem como veículo de disseminação do patógeno para novas áreas ou safras subsequentes, tornando o tratamento de sementes e a escolha de material genético sadio etapas fundamentais na prevenção.

Principais Características

  • Agente Causal: O fungo responsável é o Cercospora sojina, conhecido por sua capacidade de esporulação na face inferior das folhas e alta taxa de mutação genética.

  • Sintomatologia Foliar: As lesões típicas são manchas arredondadas (1 a 5 mm) com centro castanho-claro (na face superior) e bordas castanho-avermelhadas bem definidas, assemelhando-se a um “olho de rã”.

  • Sinal na Face Inferior: Na parte de baixo da folha, o centro da lesão apresenta coloração acinzentada ou escura, indicando a presença de estruturas de frutificação do fungo (esporulação).

  • Danos em Vagens: Nas vagens, as lesões são circulares, de cor castanho-escura e com o centro deprimido (afundado), podendo atingir e contaminar os grãos em formação.

  • Lesões em Hastes: Quando ataca as hastes, as manchas tendem a ser mais alongadas ou elípticas, mantendo o padrão de centro acinzentado e bordas avermelhadas.

  • Disseminação: O fungo sobrevive em restos culturais e sementes infectadas, sendo disseminado dentro da lavoura principalmente pela ação do vento e respingos de chuva.

Importante Saber

  • Diagnóstico Diferencial: Os sintomas iniciais da Mancha Olho-de-Rã podem ser facilmente confundidos com fitotoxicidade causada por herbicidas ou com outras doenças foliares; a análise laboratorial ou consultoria especializada é recomendada em casos de dúvida.

  • Resistência Genética: A principal estratégia de manejo é a utilização de cultivares geneticamente resistentes, porém, devido à variabilidade do fungo, a quebra de resistência pode ocorrer, exigindo rotação de cultivares e monitoramento.

  • Momento Crítico: A atenção deve ser redobrada no período reprodutivo e de enchimento de grãos, pois a desfolha precoce nesta fase impacta diretamente o rendimento da sacaria.

  • Qualidade da Semente: O uso de sementes certificadas e tratadas com fungicidas específicos é crucial para evitar a introdução do inóculo na área de plantio, já que plântulas podem emergir já com lesões necróticas.

  • Condições Favoráveis: O desenvolvimento da doença é favorecido por temperaturas elevadas e alta umidade; veranicos ou períodos secos tendem a reduzir a progressão da infecção.

  • Controle Químico: A aplicação de fungicidas na parte aérea pode ser necessária em cultivares suscetíveis ou quando há alta pressão da doença, devendo seguir as recomendações técnicas para evitar resistência do patógeno aos produtos.

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