Mancha Parda: Identificação e Controle na Soja, Arroz e Outras Culturas
Saiba como identificar e controlar a mancha parda na soja, arroz e outras culturas. Conheça as estratégias de manejo e os fungicidas mais eficazes.
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A Mancha Parda na soja, tecnicamente conhecida como Septoriose, é uma doença fúngica causada pelo patógeno Septoria glycines. É considerada uma das doenças de final de ciclo (DFC) mais prevalentes nas lavouras brasileiras, estando presente em praticamente todas as regiões produtoras do país. Embora seja classificada como doença de final de ciclo devido ao momento em que os danos se tornam mais severos, a infecção geralmente ocorre nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura, sobrevivendo em restos culturais e sementes infectadas.
A doença caracteriza-se por provocar uma desfolha precoce que começa na base da planta e progride para o topo, comprometendo a capacidade fotossintética da lavoura. O fungo é altamente adaptável ao clima tropical, sendo favorecido por condições de alta umidade e temperaturas em torno de 25 °C. A disseminação ocorre principalmente através de respingos de chuva, que transportam os esporos das folhas inferiores infectadas para as partes superiores da planta.
O impacto econômico da Mancha Parda é significativo se não houver controle adequado. A doença acelera a maturação da planta de forma forçada, o que resulta na redução do peso final dos grãos e na queda da qualidade da produção. Em cenários de alta severidade e falta de manejo, as perdas de produtividade podem chegar a 30%, tornando o monitoramento e a identificação correta essenciais para a rentabilidade do produtor rural.
Agente Causal: O fungo responsável é o Septoria glycines, que possui alta capacidade de sobrevivência na palhada (restos culturais) de safras anteriores.
Sintomas Iniciais: Manifesta-se primeiramente nos trifólios inferiores (baixeiro) como pequenas pontuações pardas, com menos de 1 mm de diâmetro.
Evolução das Lesões: As manchas evoluem para formas irregulares e angulares, variando de 1 a 3 mm, apresentando coloração parda na face superior e rosada na face inferior da folha.
Halo Amarelado: Uma característica visual marcante é a presença frequente de um halo amarelado ao redor das manchas necróticas.
Padrão de Desfolha: A doença causa uma intensa queda de folhas que se inicia na parte baixa da planta e avança verticalmente, deixando a haste principal exposta.
Condições Favoráveis: O desenvolvimento do fungo é otimizado em ambientes com alta pluviosidade e temperaturas amenas a quentes (acima de 25 °C).
Momento Crítico: Embora a infecção comece cedo, a planta fica mais vulnerável e os danos se intensificam a partir do estádio R5 (início do enchimento de grãos).
Fonte de Inóculo: O sistema de plantio direto exige atenção redobrada, pois o fungo sobrevive nos restos culturais da soja, servindo de inóculo primário para a próxima safra.
Diferenciação de Doenças: É crucial não confundir a Mancha Parda da soja (Septoria) com a Mancha Parda do arroz (Bipolaris), pois são patógenos e manejos distintos.
Impacto na Fotossíntese: A perda de área foliar no baixeiro reduz a taxa fotossintética justamente no momento em que a planta precisa de energia para encher os grãos.
Mecanismo de Dispersão: A chuva é o principal vetor de espalhamento dentro da planta (efeito splash), o que explica a maior severidade em anos chuvosos.
Monitoramento: A inspeção da lavoura deve focar nas folhas do baixeiro logo nas primeiras semanas após a emergência para detectar o início da infecção.
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