O que é Manejo Da Buva

O manejo da buva refere-se ao conjunto de estratégias agronômicas adotadas para o controle e a supressão de plantas daninhas do gênero Conyza (como Conyza bonariensis, Conyza canadensis e Conyza sumatrensis). No cenário agrícola brasileiro, especialmente em sistemas de produção de soja e milho safrinha, a buva é considerada uma das invasoras de mais difícil controle, devido à sua alta capacidade de disseminação e, principalmente, aos múltiplos casos de resistência a herbicidas, incluindo o glifosato e inibidores da ALS.

A complexidade desse manejo reside no fato de que a buva germina preferencialmente nos períodos de outono e inverno, desenvolvendo-se durante a entressafra. Se não controlada adequadamente antes do plantio da cultura de verão, a planta compete agressivamente por água, luz e nutrientes, podendo reduzir drasticamente a produtividade da lavoura. Além disso, plantas adultas possuem talos fibrosos que podem dificultar a operação de colheita mecânica.

Portanto, o manejo eficiente da buva não se resume a uma única aplicação química. Ele exige um planejamento integrado que envolve o uso de herbicidas com diferentes mecanismos de ação (como o glufosinato de amônio, mencionado como alternativa ao paraquat e glifosato), a rotação de culturas, o uso de cobertura de solo (palhada) para inibir a germinação e o monitoramento constante dos estádios fenológicos da planta daninha para garantir a eficácia das intervenções.

Principais Características

  • Alta prolificidade e dispersão: Uma única planta de buva pode produzir centenas de milhares de sementes, que são leves e facilmente transportadas pelo vento a longas distâncias, facilitando a reinfestação de áreas limpas.

  • Resistência a herbicidas: A característica mais marcante no Brasil é a ampla resistência ao glifosato e, em alguns biotipos, resistência múltipla (também a inibidores da ALS e Paraquat), o que obriga o produtor a buscar moléculas alternativas e misturas em tanque.

  • Germinação fotoblástica positiva: As sementes necessitam de luz para germinar, o que torna a formação de uma boa palhada (cobertura morta) uma ferramenta física essencial para reduzir o banco de sementes no solo.

  • Ciclo de desenvolvimento rápido: Após o estágio de roseta, a planta entra em fase de elongação do caule (bolting) rapidamente, momento em que se torna muito mais tolerante aos herbicidas e difícil de controlar.

  • Necessidade de manejo sequencial: Em áreas com alta infestação ou plantas mais desenvolvidas, raramente uma aplicação única é suficiente, exigindo frequentemente uma aplicação sistêmica seguida de uma aplicação de contato (sequencial) próximo ao plantio.

Importante Saber

  • Estádio ideal de controle: A eficiência dos herbicidas é máxima quando a buva está em estádio de roseta ou com altura inferior a 15-20 cm. Aplicações em plantas maiores frequentemente resultam em rebrote e falhas de controle.

  • Alternativas químicas: Com a resistência ao glifosato, o uso de herbicidas de contato, como o glufosinato de amônio, tornou-se uma ferramenta estratégica, especialmente na dessecação pré-plantio ou na pós-emergência de culturas tolerantes (como certos híbridos de milho).

  • Tecnologia de aplicação: Como muitos herbicidas eficazes para buva são de contato (agem onde tocam), é crucial garantir uma excelente cobertura foliar, ajustando o volume de calda, o tipo de ponta e as condições climáticas no momento da pulverização.

  • Manejo outonal: O controle deve começar logo após a colheita da cultura de verão (manejo outonal), impedindo que as plantas se estabeleçam e cresçam durante a entressafra, o que facilita a dessecação pré-plantio da safra seguinte.

  • Rotação de mecanismos de ação: Para preservar a eficiência das moléculas ainda funcionais, é fundamental rotacionar os princípios ativos utilizados, evitando a seleção de novos biotipos resistentes na lavoura.

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