Ferrugem Asiática da Soja: Identificação, Manejo e Nova Legislação
Nova regulamentação para controle da ferrugem da soja: saiba quais as principais mudanças de procedimentos de controle
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O Manejo da Ferrugem Asiática refere-se ao conjunto estratégico de práticas agronômicas adotadas para controlar o fungo Phakopsora pachyrhizi, agente causador da doença mais devastadora da sojicultura no Brasil. Devido à alta agressividade do patógeno, que pode ocasionar perdas de produtividade variando entre 10% a 90%, o controle não pode depender de uma única medida isolada. O manejo eficiente baseia-se no conceito de Manejo Integrado de Doenças (MID), combinando táticas culturais, genéticas, biológicas e químicas para reduzir a pressão de inóculo e proteger o potencial produtivo da lavoura.
No contexto brasileiro, este manejo é regulamentado pelo Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS), atualizado pela Portaria n.º 306 do Ministério da Agricultura. As estratégias fundamentais incluem o respeito rigoroso ao vazio sanitário (período sem plantas vivas de soja no campo), a eliminação de plantas voluntárias (tigueras) e a obediência às janelas de semeadura estaduais. Como o fungo é um parasita obrigatório, ou seja, necessita de hospedeiros vivos para sobreviver e se multiplicar, o objetivo central do manejo é quebrar o ciclo de reprodução do patógeno antes e durante a safra.
Abordagem Integrada (MID): O controle eficaz exige a sobreposição de estratégias, como o uso de cultivares precoces, respeito ao calendário de plantio e aplicação de fungicidas, evitando a dependência exclusiva do controle químico.
Monitoramento Constante: A identificação da doença deve ser feita precocemente, exigindo inspeções frequentes na lavoura, especialmente nas folhas do baixeiro, utilizando lupas para visualizar as urédias (estruturas do fungo).
Controle de Hospedeiros: Caracteriza-se pela necessidade absoluta de eliminar a “ponte verde”, combatendo a soja tiguera e outras leguminosas hospedeiras que permitem a sobrevivência do fungo na entressafra.
Uso de Genética: Envolve a escolha de cultivares com genes de resistência e ciclos de maturação adequados para “escapar” do pico de incidência da doença.
Regulamentação Oficial: O manejo não é apenas técnico, mas legal, devendo seguir as diretrizes do PNCFS e as datas estipuladas para o vazio sanitário em cada estado produtor.
Identificação Visual: Os primeiros sintomas são pequenas lesões castanhas ou marrom-escuras; a confirmação visual requer a observação da face inferior da folha, onde se formam as urédias (pequenas protuberâncias que liberam esporos).
Risco de Resistência: O uso repetitivo de fungicidas com o mesmo mecanismo de ação tem reduzido a eficiência de diversos produtos; é crucial rotacionar princípios ativos para preservar as ferramentas químicas disponíveis.
Disseminação Rápida: Os esporos do fungo são facilmente transportados pelo vento a longas distâncias, o que torna o manejo regionalizado tão importante quanto o manejo dentro da porteira.
Momento da Aplicação: A aplicação de fungicidas deve ser preferencialmente preventiva ou realizada logo nos primeiros sintomas; aplicações curativas em estágios avançados têm baixa eficácia e não recuperam o tecido foliar perdido.
Impacto Econômico: Falhas no manejo podem comprometer severamente o enchimento de grãos e a rentabilidade, visto que a desfolha precoce impede a planta de completar seu ciclo produtivo adequadamente.
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