Destruição da Soqueira do Algodão: Guia de Manejo Químico e Mecânico
Planta de algodão: Saiba como fazer o manejo químico e mecânico da soqueira e reduza a incidência de pragas e doenças na lavoura.
1 artigo encontrado com a tag " Manejo da Soqueira do Algodão"
O manejo da soqueira do algodão refere-se ao conjunto de práticas agrícolas executadas logo após a colheita da pluma, com o objetivo de destruir completamente os restos culturais e impedir a rebrota das plantas (Gossypium hirsutum). No contexto do agronegócio brasileiro, esta operação não é apenas uma medida de limpeza de campo, mas uma exigência fitossanitária obrigatória em diversas regiões produtoras, fundamental para o cumprimento do período de Vazio Sanitário.
A prática visa eliminar a chamada “ponte verde”, que consiste na manutenção de plantas vivas no campo durante a entressafra. Sem o manejo adequado, as soqueiras e tigueras servem de abrigo, alimento e local de reprodução para pragas devastadoras, como o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), e vetores de doenças virais. Portanto, a destruição eficiente da soqueira é a principal estratégia profilática para reduzir a pressão de inóculos e pragas, protegendo o potencial produtivo da safra subsequente e garantindo a sustentabilidade do sistema produtivo.
Integração de Métodos: O manejo eficaz geralmente combina controle mecânico (roçadeiras, trituradores ou arranquio) com controle químico (aplicação de herbicidas sistêmicos) para assegurar a morte da planta.
Especificidade Tecnológica: A escolha dos herbicidas utilizados no manejo químico depende diretamente da biotecnologia da semente plantada, variando entre cultivares convencionais e aquelas geneticamente modificadas com resistência a glifosato ou outros princípios ativos.
Barreira Sanitária: Atua como a principal ferramenta para interromper o ciclo biológico de pragas como o bicudo, a lagarta-rosada e a broca-da-raiz, além de doenças como a ramulose e a mancha-angular.
Janela de Execução: Deve ser realizado imediatamente após a colheita para garantir que a área permaneça livre de plantas vivas por um período mínimo, geralmente de 60 dias, antes da nova semeadura.
Ação Sistêmica e Física: Enquanto o método mecânico expõe o sistema radicular ou destrói a parte aérea, o método químico busca translocar o produto até as raízes para impedir a capacidade fisiológica de rebrota.
A eficiência da destruição da soqueira pode reduzir em mais de 70% a população inicial de insetos-praga na safra seguinte, impactando diretamente nos custos com defensivos.
Em cultivares resistentes ao glifosato, o uso de herbicidas hormonais (como o 2,4-D) é frequentemente necessário; isso exige atenção redobrada quanto às condições climáticas para evitar deriva em culturas vizinhas sensíveis.
A estratégia de realizar a roçada mecânica seguida imediatamente pela aplicação de herbicida sobre o corte fresco do caule costuma apresentar os melhores resultados de controle.
É comum que uma única intervenção não seja suficiente; o monitoramento constante é necessário para realizar aplicações sequenciais (“repasse”) caso surjam rebrotas vigorosas.
O não cumprimento ou a execução falha deste manejo pode resultar em multas pelos órgãos de defesa agropecuária estaduais, além de colocar em risco a sanidade das lavouras de toda a região.
A destruição mecânica deve ser profunda o suficiente para comprometer o sistema radicular, pois cortes superficiais podem estimular brotações laterais mais difíceis de controlar quimicamente depois.
Ajude outros produtores compartilhando este conteúdo sobre Manejo da Soqueira do Algodão